Rodrigo Nestor: sobrou emoção e faltou jornalismo na despedida do São Paulo

Jogador aparece triste na saída do São Paulo e radiante na chegada ao Bahia. Uma entrevista coletiva serviria mais ao jornalismo do que um belo vídeo

Rodrigo Nestor vai atuar pelo Bahia.Créditos: Reprodução Twitter Bahia
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Rodrigo Nestor chegou ao São Paulo com onze anos e está deixando o clube agora, aos 25. Foi para o Bahia por empréstimo de um ano e obrigatoriedade de compra em caso de metas serem cumpridas. Serão, claro. Ele é bom jogador.

A agência que cuida da imagem do jogador produziu um lindo e tocante vídeo de quase seis minutos, inclusive com participação de Raí, para relembrar como foi a passagem de Nestor pelo São Paulo. Emocionado, o jogador vê - revê - como foi fundamental para a conquista da Copa do Brasil e outras passagens, desde o sub-17.

Quase chorando, ele fala que ciclos se encerram. Fica a nítida impressão que gostaria de ficar, que está indo contrariado. A pele tatuada com ela, a Copa do Brasil, é testemunha muda da dor que ele está sentindo.

Horas depois, um outro Rodrigo Nestor aparece em outro vídeo, agora feito pelo Bahia, seu novo clube. Sorridente, vibrante, mostra alegria por estar chegando a um novo porto. A pele está oculta pela camisa que irá vestir em 2025. Ele alisa o escudo. Faltou pouco para um beijo.

É lógico que os vídeos foram feitos em dias diferentes. É claro que as emoções podem coexistir: a decepção por sair, a alegria por chegar.

Mas, tudo seria mais fácil de entender se houvesse uma coletiva de despedida. Se jornalistas pudessem questionar. Ou se pudessem transmitir a seus leitores o que sentiram ao ver olho no olho o que o jogador estava sentindo.

Faltou jornalismo e isto não é uma crítica aos repórteres que cobrem o clube. É solidariedade a quem, cada vez mais, tem barreiras para exercer sua profissão. 

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