Pelé é o maior jogador de futebol de todos os tempos. E, claro, também é o maior jogador preto de todos os tempos. O maior não branco também, colocando aí os índios Garrincha e Maradona.
Foi tão gigante que, mesmo sendo homem de direita e eleitor de Bolsonaro, fez, sem tocar no assunto racismo, muito pelos pretos do mundo.
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Imaginem uma criança negra vítima de bullying e se consolando com um drible e um grito de Pelé. Imaginem uma criança preta, pobre, miserável da África dos anos 60 sabendo que o maior atleta do mundo é da sua cor. Da mesma cor.
Uma identificação que é um bálsamo na alma sofrida, um acréscimo gigantesco de autoestima. Um motivo a mais para viver de cabeça levantada.
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Vinícius não é Pelé. Ainda bem, quando falamos de luta do povo preto. Depois de Pelé, não basta ser o melhor do mundo - Vinícius não é e nunca será como Pelé foi - é preciso fazer mais na luta contra o racismo. E ele tem feito. Com louvor.
Enfrenta a tudo e a todos.Nao protesta comendo banana como o maluco estuprador. Não. Ele coloca o dedo na ferida. Na ferida alheia. Não coloca o dedo, não. Ele enfia o dedo até o talo e depois torce e retorce.
Suas denúncias levaram à prisão por oito meses de três torcedores do Valência. Um passo enorme para o lado bom da Humanidade. O lado do bem. O caminho foi dado. É preciso gritar, apontar o dedo, processar. Os animais pensarão duas vezes antes de mostrarem em público o lixo que são.
Vini é o Pelé das lutas raciais. Com o estilo de Muhammad Ali.