A lei espanhola prevê que uma pessoa sujeita a julgamento pode pagar uma multa que diminua a pena, caso ela seja condenada. Paga antes de saber o resultado.
Como leigo, acho um absurdo. Os ricos podem pagar, os pobres, não.
Errado ou não, existe a possibilidade. Quem recorre a este expediente, não está buscando uma brecha, não está burlando ninguém, não é uma chicana jurídica. É a fria escrita da Lei.
Daniel Alves pagou 150 mil euros (aproximadamente R$ 800 mil) e viu sua pena ser fixada em quatro anos e meio, pelo estupro cometido em uma boate na Espanha.
Para ele, não é muito dinheiro. Só do São Paulo, recebe R$ 500 mil mensais pelo período em que jogou e não recebeu.
Como está preso há um ano, deve ter problema de fluxo de caixa, deve ter dificuldade em acionar sua fortuna. O fato é que recorreu ao amigo Neymar, que pagou a multa.
Tecnicamente, nada de errado.
Legalmente, tudo certo
Como também não há nada de errado em jogar futevôlei com Robinho, outro condenado por estupro. Ou em tirar fotos com o goleiro Bruno, condenado por assassinato.
Mas, e a moral?
Ninguém pensa no que passou a mulher estuprada? No que sofre qualquer mulher estuprada? A dor física, mental, as horas de angústia, a sensação de ter sido tratada como um depósito descartável de sêmen?
Neymar poderia ter pensado nisso tudo.
Mas, se tivesse pensado, não será Neymar.