O futebol não pode ser contado apenas através do que ocorre em campo. Paixão mundial, traz outras histórias, ligadas à solidariedade. Selecionei as cinco que mais me tocaram. A ordem é aleatória.
1) A foto de Thiago Maia correu mundo e chegou à Fifa, que premiou o jogador do Inter - a caminho do Santos - com o prêmio Fairplay. A foto comprovava um ato de coragem, desprendimento, amor e solidariedade. As terríveis enchentes em Porto Alegre não foram um aviso para que ele ficasse em casa. Serviram como um chamamento para que fosse ajudar. Ele foi e carregou uma senhora nas costas, tirando-a da casa inundada para um porto seguro, longe da morte, perto da vida
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2) A campanha publicitária do Paraná Clube doía, de tão verdadeira. Mostrava um paciente chegando ao hospital. Da ambulância para a maca, para a sala de operação. Precisava de ajuda. Precisava que os torcedores comprassem todos os ingressos dos seis jogos como mandante na Série A -2 do campeonato paranaense. Pedido feito e aceito, mesmo com jogos realizados nos estádios do Athetico e Coritiba, maiores que o Dorival de Brito. O doente está convalescendo, ainda há muito a fazer pra recuperar a forca antiga, mas o primeiro passo foi dado.
3) Juan Manuel Izquierdo se sentiu mal e caiu em campo. Foi no dia 22 de agosto, no Morumbi, defendendo o Nacional contra o São Paulo. Foi para o hospital e morreu cinco dias depois. Nesse período todo, Calleri e Rafinha, do São Paulo, foram extremamente presentes, dando apoio moral à família. Foram até Montevidéu para o velório. Uma mão amiga na hora mais cruel.
4) Candela Diaz, jogadora do River Plate, fez gestos racistas - imitou um macaco - para um gandula que trabalhava no jogo contra o Grêmio. As jogadoras brasileiras, em solidariedade, abandonaram o campo, mostrando como é que se enfrenta criminosos racistas. Mesmo uma racista preta como Candela, pobre coitada. Um exemplo a ser seguido.
5) A dívida é enorme? Deixa que a Fiel paga. A vaquinha para conseguir R$ 700 milhões perdeu gado, ainda - um mês depois de lançada - não chegou a 5% do valor, mas não importa. O que importa é o ato, é o torcedor apaixonado assumir o que deveria se feito por cartolas despreparados. Na mesma toada, a torcida do Vitória tenta arrecadado R$ 4,5 milhões para reformar o Barradão, que o clube vai usar como um alçapão em 2025.
Nunca é só futebol.