CBF À DERIVA

Que se vayan todos! Todos, fora!

Gritar para saída de todos os políticos é negar a Política, mas quando se fala de futebol brasileiro, a tentação é mesmo radicalizar

Javier Milei, o político que demoniza a Política.Créditos: Reprodução Wikipedia
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"Que se vayan todos", gritavam jovens no Monumental de Nunez, no show de uma Taylor Swift, que nada entendia. Eram seguidores de Javier Milei, que se elegeria presidente pouco depois.

O candidato com uma motosserra, que prometia acabar com a "casta política", toda ela e que montou um Ministério com figuritas carimbadas da turma de Maurício Macri. Mais "casta" que isso?

Quando o País vai mal, há sempre o risco de um populista de direita ou extrema direita aparecer gritando "todos, fora".

O Brasil teve três casos: Jânio Quadros, Fernando Collor de Mello e Jair Bolsonaro. O homem da vassoura, o caçador de marajás e o abilolado das fake news e da metralhadora.

O que parece solução é apenas tentação. Vôo cego.

Mas, e no futebol brasileiro? O domínio foi de João Havelange ao genro Ricardo Teixeira, Zé Maria Marin, Marco Polo dele Nero, Rogério Caboclo, Major Nunes e Ednaldo Rodrigues, o deposto que voltou. 

Corrupção, prisão, assédio moral e a grande mentira chamada Ancelotti.

Após a Copa perdida - a quinta seguida - o Brasil teve dois treinadores interinos. Ramón e Diniz, dois fracassos.

Que se vayan todos!

E qual a solução? 

Que os clubes se organizem, enfrentem o poder das federações e tomem o poder!

Doce ilusão. Não estão à altura da história dos clubes que presidem.

Se ao menos desse para sonhar com uma candidatura de protesto, um grito solto no ar.

Impossível.

Todos, fora!

Que se vayan todos!