GOLEADA

Fluminense começou a perder no vestiário, com Diniz, Felipe Melo e Fábio

Raiva, religião e teimosia travestida em convicção ajudaram a lógica se fazer presente na final do Mundial

Julian Alvarez marcou duas vezes.Créditos: Reprodução Twitter/Manchester City
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A diferença financeira entre os clubes europeus e sul-americanos é imensa. Eles chegam à decisão do Mundial como verdadeiras seleções transnacionais contra times com jogadores que ainda não conseguiram jogar bem para chegar à Europa somados com outros que não conseguem mais jogar na Europa. São sempre os favoritos, mesmo com os times brasileiros fazendo valer seu poder de grana na América do Sul e conseguindo se reforçar com destaques argentinos, colombianos etc. Que não estão e não estarão no nível das grandes ligas europeias.

A lógica é que eles vençam. E o Manchester City venceu por 4 x 0. Não deu ao Fluminense nem o ridículo título "jogamos de igual para igual" ou algo parecido. 

Isto posto, a tarefa ficou facilitada por alguns erros do Fluminense, vindos já do vestiário.

O discurso sem pé nem cabeça de Felipe Melo é algo ultrapassado. Xingar os adversários de filhos da puta, falar que já estão comemorando, que mascam chicletinho etc e tal pode colar em jogo de várzea, mas é muito tosco para mudar uma disparidade técnica. Se um time precisa de um incentivo tão chinfrim para jogar melhor, tá danado. 

O outro discurso foi o de Fábio. Falou que Deus havia escolhido o Fluminense. Havia colocado os jogadores naquela final. Tenho uma tese de que religiosidade extrema atrapalha jogador brasileiro. Fábio já chegou a dizer que não estuda como rivais batem pênaltis e que na hora segue a orientação de Deus. Lembram que eu disse aqui que as chances do Fluminense passariam por uma partida perfeita de Fábio, como a de Cássio em 2012 ou Ceni em 2005? Pois é. Com Deus e tudo o mais, Fábio falhou logo aos 40 segundos e o City fez o primeiro gol.

E aí entra o Dinizismo. O time ficou o tempo todo acuado, trocando passes perigosos na sua área, tentando sair do sufoco da pressão imposta por Guardiola. E Luis Roberto, na TV Globo, comemorava a posse de bola do Fluminense. Até que veio o segundo gol, contra de Nino. E o fim de qualquer sonho.

Muitos elogiam o Fluminense por não haver aberto mão de seu estilo de jogo, por não dar chutão, por não jogar por uma bola. Na verdade, não jogou por bola nenhuma. Foi dominado o tempo todo. Diniz tem suas convicções e não abre mão delas. Mas as convicções eram apropriadas para este tipo de jogo? É correto jogar sempre do mesmo jeito, seja contra o Manchester City ou Mirassol? No segundo tempo, Diniz tirou os veteranos Diniz, Marcelo e Felipe Melo e o time melhorou. Não poderia ter entrado assim, com mais força, juventude, velocidade?

Poderia dar tudo errado, perder de cinco. Ou não. 

O certo é que as pessoas que acreditaram realmente que haveria um confronto entre dois gênios da bola, estavam muito enganados. Diniz é o cara que, antes de impor seu estilo ao mundo, precisa fazer o Brasil não tomar quatro gols seguidos de cabeça. Ainda tem muito a aprender.

Preocupante também para os brasileiros foi ver André jogando tão mal. O volante é uma das esperanças de renovação do futebol brasileiro e ajudou o time a sofrer a goleada.

E os que criticaram Guardiola por colocar Julian Alvarez e não Haaland estavam errados. Como sempre, ele está certo.