A denúncia do engenheiro José Augusto Bezerra na qual afirma que o CEO do Flamengo, Reinaldo Belotti, mandou um funcionário arrancar partes de uma instalação elétrica problemática enquanto a apuração das causas do acidente no Ninho do Urubu ainda acontecia é extremamente grave e exige uma dura punição ao Flamengo.
No dia 8 de fevereiro de 2019 um incêndio no Ninho do Urubu matou 10 jovens que atuavam em equipes da base do clube. O fogo atingiu o local que era utilizado como alojamento pelas categorias inferiores do Rubro-Negro. No momento do incêndio, 26 meninos entre 14 e 16 anos estavam dormindo no local. O alojamento era um contêiner dentro do CT (o que por si só é algo absurdo) e entre as causas da tragédia, segundo o engenheiro, estaria essa instalação elétrica realizada de forma imprudente. Além disso, havia problema a manutenção do ar-condicionado, ausência de saída de emergência no local e o uso inadequado dos contêineres como dormitórios.
O que aconteceu de lá pra cá com o Flamengo? Nada, absolutamente nada. O clube apagou o acontecimento de sua história, briga na justiça com as famílias para não dar reparação a elas pela morte de suas crianças e continua disputando campeonatos como se nada tivesse acontecido. Sem perder um mando de jogo sequer, coisa que acontece quando um torcedor de um time invade o campo ou um objeto é jogado. Podia-se dizer, foi um incidente. Como o Flamengo tem dito na justiça. Mas todo e qualquer argumento neste sentido cai por terra com o depoimento do engenheiro responsável pelo laudo independente pago pelo Flamengo que revela que a cena do crime (sim, crime) foi adulterada.
O Flamengo precisa ser punido de forma exemplar neste caso para que nunca mais um dirigente de futebol aja dessa forma. A esquerda e o campo progressista que fizeram barulho (com razão) no caso da vinícolas do Rio Grande do Sul, também precisam agir neste caso dos meninos do Ninho do Urubu. Eles não morreram por acaso. Eles foram assassinados (como agora se sabe) pela irresponsabilidade do Flamengo. E o clube precisa ser punido pela justiça comum e esportiva. No campo e no bolso.