FALA, ROVAI

O primeiro tiro da barbárie eleitoral foi dado, o que fazer agora?

Bolsonaro é a mão que disparou os dois tiros que mataram Marcelo Arruda. Com essa gente não se brinca

Bolsonaro, o assassino Guaranho e Marcelo Arruda.Créditos: Reprodução
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O assassinato de Marcelo Arruda, liderança petista de Foz de Iguaçu, quando comemorava seus 50 anos, é o primeiro tiro da barbárie política que deve caracterizar esta eleição de 2022.

Bolsonaro aposta num banho de sangue para justificar sua derrota eleitoral.

No momento em que sites como a Fórum (que foi o primeiro a publicar o crime a partir de uma informação repassada pela advogada Stella Bruno) noticiava o fato, bolsonaristas já espalhavam imagens da facada no mito no episódio de Juiz de Fora como para dizer que o PT era o pai da violência.

Bolsonaro é a mão que disparou os dois tiros que mataram Marcelo Arruda e que também acabou vitimando o assassino. Afinal, quando Marcelo viu que o agressor estava armado, também foi buscar sua arma.

É horrível ter de dizer isso, mas que sorte a de Marcelo ter uma arma para reagir. Testemunhas que estavam na festa dizem que o assassino chegou atirando em Marcelo, mas que planejava ir além e cometer uma chacina.  A reação do petista já caído e a beira da morte foi que impediu isso.

Um horror, um horror....

Mas quantos teriam morrido se Marcelo não tivesse reagido? 

Essa é uma questão que deve estar atormentando muitos pacifistas como este blogueiro. Como poderemos exercer nosso livre direito democrático sem correr riscos nesta eleição e como devemos nos defender das agressões? Teremos que nos desumanizar? Enfrentaremos a violência com poesias? Andaremos em coletivos e com pessoas preparadas para o enfrentamento?

Não é uma questão simples e nem fácil de responder, mas o assassinato de Marcelo abre as portas do inferno desta eleição. E se anuncia um tempo muito ruim pela frente também nos obriga a pensar em como agir e reagir.

Não dá mais pra fazer de conta que este é um não tema. Ele gritou alto: “estou aqui neste domingo!”

Entre outras coisas, sugiro um luto nacional do PT no dia de amanhã com interrupção da campanha e depois uma missa de sétimo dia ecumênica em várias cidades do país para não deixar este assassinato passar batido. E ao mesmo tempo é preciso fazer um apelo internacional para que desde já observadores de outros países venham para o Brasil acompanhar o pleito. E claro, que a campanha repense todas as ações de rua de Lula. O assassino de Marcelo Arruda facilmente aceitaria ser um lobo solitário. Com essa gente não se brinca.