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As cirurgias de Chico Buarque e Lula: neurocirurgião explica as diferenças

O termo “pressão intracraniana”, usado para se referir aos dois casos, pode provocar confusão, mas são bem diferentes, afirma o Dr. Antonio Carlos Grela; entenda

Lula e Chico Buarque.Créditos: Ricardo Stuckert
Escrito en SAÚDE el

O cantor e compositor Chico Buarque, de 81 anos, foi submetido a uma cirurgia no crânio na última terça-feira (03), no Hospital Copa Star, em Copacabana. Ele foi operado pelo neurocirurgião Paulo Niemeyer e, segundo informações, "a cirurgia transcorreu sem complicações e terminou rapidamente".

"O artista já se encontra no quarto, em observação de pós-operatório, com seu habitual bom humor", diz ainda a nota do empresário do artista.

"Foi um procedimento muito simples, apenas para diminuir a pressão intracraniana. Chico já está de volta ao quarto e deve ter alta em breve", encerra a nota.

Pressão intracraniana

O termo “pressão intracraniana”, nos remeteu à cirurgia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada em dezembro do ano passado. A coincidência entre os procedimentos dos dois amigos ilustres, no entanto, não passa disso.

Ouvido pela Fórum, o neurocirurgião Dr. Antonio Carlos Grela esclarece que o presidente Lula passou por uma craniotomia. “O procedimento consiste em fazer a drenagem de um hematoma que ele teve, que formou um coágulo que empurra o cérebro. Este coágulo precisa ser drenado para que se evite um problema maior. A seguir, ele fez um tratamento complementar, embolização, realizado por cateterismo”.

Doença crônica

“Já no caso do Chico”, afirma Grela, “trata-se de uma doença crônica, conhecida como ‘hidrocefalia crônica em idosos’, que afeta a capacidade de pensar e também do movimento, e que pertence aos diagnósticos diferencias de desatenção, queda do rendimento intelectual, caminhar e conter a urina. É uma doença do funcionamento da circulação do líquido dentro do cérebro”.

O tratamento, segundo o neurocirurgião, “é justamente o que foi feito pelo Paulo Niemeyer, que é chamado ‘derivação ventrículo-peritonial’. Foi colocado um catéter dentro do cérebro que joga a água dentro da barriga por intermédio de uma válvula”.

Grela completa que a doença “pertence ao diagnóstico diferencial das demências, está dentro do diagnóstico das causas de demência. Logo após o procedimento, que é simples, o paciente volta à vida normal”, encerra.

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