Estudo desenvolvido pela Escola de Medicina de Dartmouth, nos Estados Unidos, reforçou a ligação entre hábitos alimentares e exposição a compostos químicos tóxicos, que estão presentes em inúmeros locais e produtos do cotidiano.
Os PFAS (Polyfluoroalkyl Substances ou Substâncias Perfluoroalquil e Polifluoroalquil, em português) são um grupo de mais de 9 mil substâncias químicas sintéticas.
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Eles foram encontrados em níveis alarmantes no sangue e no leite materno de mulheres que consomem alguns tipos de alimentos com frequência.
A pesquisa contou com a participação de 3 mil gestantes e apontou que a dieta influencia diretamente os níveis desses poluentes no corpo.
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Entre os alimentos pesquisados que ofereciam riscos para a saúde estavam café, ovos, arroz branco, frutos do mar carne vermelha, entre outros. Todos apresentaram altas concentrações de PFAS, com capacidade de se acumularem no organismo humano e no meio ambiente ao longo dos anos.
Os PFAS são chamados de “produtos químicos eternos” por causa de sua persistência na natureza, pois demoram muito para se decompor.
O consumo de café, hábito extremamente difundido, inclusive no Brasil, surge como um dos principais fatores associados à exposição aos PFAS.
A origem da contaminação pode estar nos grãos, na água usada na preparação ou, ainda, em utensílios domésticos e industriais, como filtros e cafeteiras, que podem conter materiais com essas substâncias.
Outra questão de risco é a utilização de copos descartáveis, que possuem revestimentos impermeabilizantes compostos por PFAS. A combinação entre consumo elevado e contato com embalagens contaminadas faz com que o café se transforme em uma via significativa de absorção dos compostos tóxicos.
Os PFAS são encontrados em muitas aplicações, incluindo embalagens de alimentos, espumas de combate a incêndio e tecidos resistentes a manchas.
Ovos de criações domésticas ou rurais, frequentemente considerados opções saudáveis e sustentáveis, não escapam de serem fontes de PFAS no organismo.
Explica-se porque galinhas de quintal são, costumeiramente, alimentadas com restos orgânicos ou ração, que podem conter resíduos contaminantes.
O uso de alguns fertilizantes nas hortas e terrenos onde essas aves circulam também contribui para a contaminação.
O arroz branco, principalmente cultivado em regiões alagadas, tem grandes chance de absorver poluentes presentes na água ou no solo irrigado. Como os PFAS não se decompõem com facilidade, se acumulam ao longo do tempo e atingem alimentos básicos da dieta brasileira e mundial.
Frutos do mar também estão sob suspeita por causa da poluição marinha. Peixes e moluscos concentram PFAS por intermédio da bioacumulação, processo em que pequenas quantidades se acumulam em organismos ao longo da cadeia alimentar.
Perigo maior para gestantes
Os PFAS são especialmente perigosos ao longo da gestação e lactação, pois podem chegar ao bebê ainda no útero ou pelo leite materno, de acordo com a pesquisa, divulgada na Agência Diário.
Por isso, é imprescindível ter cuidado com o consumo durante esse período, evitando alimentos associados à presença dos poluentes.
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