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O que é o linfoma de Hodgkin, doença terminal de influenciadora Isabel Veloso

A jovem, de apenas de 17 anos, foi submetida a um tratamento quimioterápico, porém, sem resposta

Isabel Veloso.Créditos: Reprodução/Instagram
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A influenciadora Isabel Veloso convive com um drama pessoal há dois anos. Em 2022, foi diagnosticada com linfoma de Hodgkin.

Ela está, atualmente, com 17 anos de idade e tem apenas alguns meses de vida, pois o câncer terminal não respondeu ao tratamento quimioterápico.

O marido de Isabel, Lucas Borbas, atualizou o estado de saúde da influenciadora, nesta terça-feira (30), pelas redes sociais.

A jovem sofreu uma “ameaça de infarto”, na segunda (29), o que fez com que o casal interrompesse a lua de mel. “Isabel está bem! Passou por exames no cardiologista. Por recomendação médica, dia de descanso”, postou Lucas.

A influenciadora recebeu um laudo médico onde consta que possui  “linfoma de Hodgkin sem resposta ao tratamento quimioterápico” e que ela passa por “cuidados paliativos exclusivos”, o que inclui medicamento à base de canabidiol, substância encontrada na maconha.

Entenda o que é o linfoma de Hodgkin

Juliana Tavares, médica oncologista, com especialização em cuidados paliativos, explica que o linfoma de Hodgkin é um câncer que não acomete órgãos, mas, sim, o sistema linfático. “É a cadeia linfática que a gente tem no corpo, onde ficam armazenadas algumas células da imunidade”, diz, em entrevista à Fórum.

Ela exemplifica: “Quando a gente está com dor de garganta, é da cadeia linfática que são recrutadas as células de defesa para combater a dor de garganta, dor de ouvido, dor de dente, enfim, os processos inflamatórios e infecciosos do corpo”.

Portanto, de acordo com Juliana, o linfoma é um câncer que começa nesse sistema linfático. “Por isso, muitas vezes a gente descobre quando a pessoa tem aumento de algum gânglio no corpo, algum linfonodo”.

“Às vezes, é normal ter um aumento de linfonodo, quando se tem dor de garganta ou de ouvido, por exemplo. Uma mulher que está amamentando, que fica com alguma inflamação na mama, é normal ter linfonodos aumentados na axila. Porém, quando esses linfonodos aumentam sem explicação, a gente costuma suspeitar de alguma doença do sistema linfático. E uma das doenças é o câncer”, relata.

Juliana esclarece que a particularidade do linfoma de Hodgkin é que acomete pessoas jovens, como é o caso de Isabel. A taxa de cura é muito alta e o tratamento, geralmente, é por meio de quimioterapia.

Com a quimioterapia, a maior parte das pessoas fica curada. Quando não fica curada tem outras modalidades de tratamento, incluindo transplante de medula”, conta.

Entretanto, a oncologista alerta que, apesar disso, é uma doença ameaçadora, como qualquer outra doença oncológica. E, por isso, uma porcentagem de pessoas evolui para problemas mais graves e não se cura.

“Como não é um câncer tipo de pulmão, de mama ou pâncreas, que acomete órgãos sólidos, no linfoma de Hodgkin, muitas vezes, a pessoa acaba ficando mais cansada, fatigada, com um pouco de anemia. Por isso, frequentemente, o tratamento acaba causando mais sintomas do que a doença”, ressalta.

“Em muitos casos, você olha para alguém que tem o linfoma e não diz que ela está gravemente doente. Que eu saiba, a maior parte das pessoas com linfoma acaba falecendo por complicações do próprio tratamento oncológico, por processos infecciosos”, destaca Juliana.

A médica conta que chegou a se deparar com o caso de Isabel Veloso nas redes sociais e menciona que o caso dela é um bom exemplo, pois a influenciadora não aparenta estar gravemente doente.

“Em síntese, é uma doença ameaçadora e potencialmente fatal. Nesses casos, o cuidado paliativo é uma abordagem que a gente faz para qualquer doença ameaçadora da vida, seja ela ou não fatal”, completa Juliana.