O Tribunal de Justiça do Pará (TJ-PA) determinou, nesta sexta-feira (1°), que a médica Lana Almeida, que publicou conteúdo falso sobre câncer de mama, retire o vídeo do ar, além de todas as publicações com informações ilegítimas sobre a doença. Ela também está proibida de fazer novas publicações deste tipo sob pena de multa diária de R$ 1.500 em caso de descumprimento das determinações.
A ação foi movida pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem. No vídeo, publicado no Instagram, onde a médica tinha mais de 9 mil seguidores, Lana afirma que câncer de mama não existe e sugere tratamento hormonal, criticando a mamografia como método de diagnóstico. "Esqueça Outubro Rosa. Câncer de mama não existe", disse.
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O vídeo repercutiu nas redes sociais e foi criticado por diversas entidades profissionais junto aos Conselhos Regionais de Medicina. Além disso, foi descoberto que Lana não possuía especialidade médica registrada no CRM-PA. O Conselho Regional de Medicina do Pará informou que abriu um processo ético-profissional contra ela.
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Na decisão, o TJ-PA afirmou que "o perigo de dano está comprovado pela indevida conduta da ré, ao promover descredibilização dos métodos científicos de diagnóstico e tratamento do câncer de mama, bem como na indevida divulgação de método de tratamento, desenvolvido por profissional não médico, sem qualquer comprovação científica e, principalmente, no imenso e irresponsável risco à saúde da população, o qual, em concreto, pode ser irreversível".
Reação do Inca
Em análise realizada pelo Instituto Nacional de Câncer, os vídeos de Lana foram categorizados como "fake news". O câncer de mama continua sendo a principal ameaça à saúde da mulher brasileira, com 73.610 novos casos por ano, entre 2023 e 2025, segundo estimativas do Inca.
A doença, que já havia registrado 19.130 mortes em 2022 no país, também lidera o ranking mundial de incidência, com cerca de 2,3 milhões de novos diagnósticos em 2022.
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