De acordo com dados do IBGE, o número de pessoas que realizam trabalho remoto no Brasil já é de 8,77 milhões.
Essa modalidade costuma envolver períodos de tempo em que o trabalhador está realizando funções sentado na frente de um computador — o que se estende por pelo menos três horas diárias.
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De acordo com o Departamento de Medicina Preventiva da USP, essa média de tempo que passamos sentados pode estar associada a mais de 433 causas de morte em 54 países ao redor do mundo, e mesmo os benefícios dos exercícios físicos podem ser atenuados por esses longos períodos com o corpo imóvel.
No entanto, os riscos de ficar sentado por muito tempo costumam ser muito maiores para aqueles que não praticam nenhuma forma de exercício físico.
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O sedentarismo, combinado a esse hábito, pode aumentar as chances de doenças como disfunção cardiovascular, infarto, diabetes tipo 2 e outros problemas responsáveis por causas de morte prematura.
David Dunstan, fisiologista da Universidade Deakin, na Austrália, diz que ficar sentado reduz a atividade muscular e diminui, dessa forma, o fluxo sanguíneo periférico, que vai para os músculos das pernas.
Se o fluxo sanguíneo é reduzido por longos períodos de tempo, isso pode levar ao estresse corporal e ao aumento da pressão arterial — e está associado, portanto, ao risco de desenvolver problemas como a hipertensão.
Isso ocorre porque, quando o fluxo sanguíneo está normal, o atrito arterial contra as células que revestem as paredes dos vasos sanguíneos é respondido por um movimento vasodilatador causado pela adenosina, a prostaciclina e o óxido nítrico. Esses mantêm os vasos dilatados e a capacidade autorreguladora do sistema vascular, conhecida como homeostase.
Ficar sentado, por outro lado, reduz esse movimento e danifica a função autorreguladora do organismo.
Se uma pessoa passa mais de três horas nessa posição, como os 16 jovens que foram avaliados em um estudo considerado pela BBC, o acúmulo de sangue nas pernas reduz a resistência vascular (intensificando os problemas mencionados acima) e o gasto calórico. Isso, por sua vez, é um risco à diabetes.
A maior parte dos trabalhos em escritório e trabalhos em formato remoto continuarão a exigir que as pessoas permaneçam sentadas.
Diante disso, é importante que as empresas e os próprios trabalhadores incentivem períodos de movimentação com pequenas intervenções, dizem os especialistas, que podem envolver pausas periódicas para ficar em pé, preferir caminhar para realizar atividades que poderiam ser automatizadas ou até colocar lembretes automáticos para se mover ao longo do dia.