DOENÇA INTESTINAL

Evaristo Costa é internado por complicações em doença de Crohn: saiba o que é

Pacientes da DC podem ter predisposição hereditária; enfermidade pode afetar pessoas de todas as idades e não tem cura

Evaristo Costa convive com Doença de Crohn, que o levou à internação em emergência.Créditos: Reprodução/Instagram/@evaristocostaoficial
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O apresentador Evaristo Costa foi hospitalizado em emergência neste sábado (12) após ter complicações de saúde relacionadas à Doença de Crohn. Em suas redes sociais, o jornalista se manifestou sobre seus sintomas e experiência com a doença.

"E minha 'querida' Doença de Crohn me trouxe de novo para o médico com algumas complicações. E agora para a emergência de novo. [...] Estão me perguntando se tenho dor. Sim, tenho fortes dores abdominais. Além de muita diarreia (que pode conter sangue), febre e perda de peso. Isso tudo me leva a fraqueza, fadiga", explicou no Instagram.

Evaristo comentou que a enfermidade acomete a baixa imunidade de seu corpo, que libera a "entrada de vírus e bactérias, como aconteceu com minha perna há um mês". Em novembro do ano passado, o apresentador foi hospitalizado por uma erisipela, infecção bacteriana da pele que se propaga pelos vasos linfáticos. 

Doença de Crohn

A doença de Crohn é uma doença inflamatória intestinal que causa o inchaço do tecido e pode atingir pessoas de todas as idades, com prevalência na faixa dos 20 anos a 30 anos. A inflamação pode envolver diferentes partes do trato gastrointestinal, sobretudo na parte final do intestino delgado (íleo) e pode se espalhar para camadas mais profundas do órgão.

A causa da doença de Crohn ainda não é certa, mas existem hipóteses de pesquisadores que acreditam em uma disfunção do sistema imunológico que gera uma reação excessiva no intestino a alimentos ou agentes ambientais e infecciosos.

Embora pacientes possam ter predisposição hereditária à doença, hábitos como o tabagismo e a ingestão de contraceptivos orais elevam o risco de desenvolver ocorrências da doença de Crohn.

O diagnóstico da doença é baseado em um exame de colonoscopia, exame de cápsula endoscópica e em exames com imagens, como radiografias com ingestão de bário, tomografia computadorizada e ressonância magnética, por exemplo.

Sintomas da Doença de Crohn

A doença de Crohn pode atingir qualquer seção do intestino delgado ou intestino grosso e pode envolver ser contínuo ou permanecer uma seção específica do trato. Sinais e sintomas da enfermidade podem variar de leves para severos.

Os sintomas podem se desenvolver progressivamente ou surgir de forma instantânea, sem sinais prévios. Esses indícios podem desaparecer ou serem reduzidos por períodos de tempo conhecidos como remissão.

Os pacientes da doença de Crohn costumam apresentar os seguintes sintomas:

  • Diarreia crônica (pode apresentar sangue);
  • Febre;
  • Fadiga;
  • Dores abdominais;
  • Perda de peso;
  • Aftas; e
  • Redução do apetite.

Pacientes com quadro clínico mais severo podem exibir sintomas ainda mais graves e complicações que ocasionam crises da doença de Crohn. Os sintomas graves mais comuns são:

  • Inflamação nos olhos, pele e articulações;
  • Inflamação do fígado e duto biliar;
  • Pedras no rim;
  • Anemia (deficiência de ferro); e 
  • Atraso no desenvolvimento corporal e sexual de crianças.

Tratamentos

A doença de Crohn não tem cura conhecida, porém pode ser tratada por terapias e medicamentos que reduzem os sinais e sintomas da enfermidade e trazem uma remissão de longa duração. Com o devido tratamento, pacientes podem conviver com a doença em suas atividades cotidianas.

Medicamentos para reduzir a inflamação no sistema digestivo ou para barrar o retorno da inflamação são os mais comuns. Os principais tratamentos para a doença de Crohn conforme cada grau de severidade são:

  • Pessoas com sintomas leves a moderados: administração de mesalamina, um anti-inflamatório desenvolvido para tratar de reações inflamatórias no intestino, e antibióticos por preferência ou falta de respostas à mesalanina;
  • Pessoas com sintomas moderados a graves: administração de corticoides (prednisona ou budesonida, por exemplo) via oral ou intravenosa. Pacientes que não respondem à corticoides podem receber outros medicamentos como, azatioprina, mercaptopurina, metotrexato, infliximabe, adalimumabe, certolizumabe, vedolizumabe ou ustequinumabe.
  • Pessoas com sintomas repentinos ou que têm abcessos: administração de líquidos e antibióticos intravenosos; e
  • Pessoas em regime de manutenção: administração de aminossalicilato, que atuam no cólon, ou antibióticos para alcançar a remissão e evitar que sintomas retornem.