Os medicamentos antidepressivos podem diminuir o desejo sexual, principalmente no início da ingestão dos remédios. No entanto, a ausência da libido não deve ser motivo de interrupção do tratamento da depressão, que acarreta em consequências mais graves.
A depressão também impacta diretamente na falta de desejo sexual, além da qualidade de vida geral. No início do tratamento com antidepressivos – que têm a função de melhorar o humor, sono e satisfação, por exemplo – pacientes relatam falta de libido.
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"O desejo sexual pode voltar após o corpo se acostumar com a medicação e se a doença estiver controlada. É fundamental conversar com o seu médico e seguir as orientações prescritas por ele", afirma Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
A depressão entre os brasileiros
Levantamentos mostram que um a cada oito brasileiros já foi diagnosticado com depressão. De acordo com dados do Ministério da Saúde, acumulados na pesquisa Vigitel Brasil 2021 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), 11,3% dos brasileiros já receberam diagnóstico médico da doença.
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Os números cresceram ainda mais no Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), onde foi registrado que aumento de 19% no dado entre o período de pré-pandemia e o primeiro trimestre de 2022.
O relatório aponta que a autopercepção de depressão cresceu 41%, sobretudo entre mulheres e mais escolarizados. As mulheres apresentaram o dobro de diagnósticos se comparadas aos homens: uma a cada cinco mulheres têm depressão.
Por que os antidepressivos atuam contra a libido?
Os medicamentos antidepressivos são, em sua maioria, uma classe de inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), responsáveis pelo aumento da concentração do neurotransmissor no corpo e no cérebro. A serotonina está relacionada à regulação de prazer e bem-estar.
Os ISRS são comumente administrados em uso diário e apresentam menor risco de efeitos colaterais do que as demais classes.
Contudo, ao aumentar o nível da serotonina na fenda sináptica – espaço de transmissão de estímulos neurais – os medicamentos aplicam um efeito reverso no nível da dopamina, neurotransmissor ligado ao desejo e excitação.
Entre os efeitos colaterais, as mulheres relatam falta de libido, pouca lubrificação vaginal e dificuldade de atingir o orgasmo. Os homens, por sua vez, costumam apresentar retardo na ejaculação com o uso de antidepressivos.
Com informações do g1.