Carla Muller Mendes é uma das pessoas que passaram pela dura realidade da fila de espera para transplante no coração. Após nove meses, a influenciadora ganhou o novo órgão. “Era uma nova vida, era uma nova Carla que nascia”.
Em 2011, aos 28 anos, Carla descobriu que era cardiopata e sofria de displasia arritmogênica do ventrículo direito, uma doença rara que faz com que o coração bata muito forte. No caso dela, só diminuia o ritmo com choques.
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“Me faltava o ar, me faltava a saúde. Eu me sentia muito mal; eu não conseguia mais brincar com meus filhos. Não tinha mais uma vida normal”, contou ela, em entrevista ao Encontro com Patrícia Poeta, da Rede Globo.
A influenciadora, então, precisou encarar a fila de transplante de coração. “Ou eu lutava pela minha vida, para conseguir um coração novo, ou eu ia embora e morria”, diz. “E eu sempre amei a vida, eu sabia que ali não era o meu momento de parar”, complementa.
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Além do paciente, a família também entra na situação e vive junto a espera pela cirurgia. “O impacto de uma fila de transplante na sua família é grande”, desabafa.
Carla conta que sempre que a equipe médica batia na porta do seu quarto no hospital, ela achava que era para o transplante. Ao todo, foram 311 dias de espera. Quando a equipe chegou para dar a notícia de um possível doador, a influencer lembra que ligou imediatamente para a família inteira para contar: “Meu coração chegou”, diz ela emocionada.
Em 9 de janeiro de 2023, após nove meses de ansiedade, Carla conseguiu um doador. “Nem tudo que eu já vivi nessa vida se compara àquele momento.”
“Primeiro coisa que eu falei na hora que eu saí do transplante e puxei o ar, foi: a vida é assim? Tudo está funcionando melhor, até meu pensamento está diferente”, relata. “Parecia que meu cérebro estava oxigenado. Era uma nova vida, era uma nova Carla que nascia”,
Brasil tem 386 pessoas na fila
Hoje, o Brasil tem 65 mil pessoas na fila de espera do SUS para transplantes no geral; desses, 386 são para transplante do coração.
No primeiro semestre de 2023, 206 transplantes de coração foram realizados, segundo dados do Ministério da Saúde. O país é o segundo maior transplantador do mundo.
Faustão
Na última semana, o Brasil ficou abalado com a notícia de que o apresentador Fausto Silva, mais conhecido como Faustão, vai precisar de um transplante de coração.
Internado desde o dia 5 de agosto por insuficiência cardíaca, o caso de Faustão é considerado grave. Ele pode esperar por um doador de dois a três meses. Em situações de menor risco, a espera pode chegar a 18 meses.
Ser doador
No Brasil, a doação de órgãos após o falecimento de uma pessoa deve ser feita com autorização familiar. Por isso, é importante que quem deseja ser doador, converse com a família e deixe explícita sua vontade.
Os órgãos que podem ser doadores são rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões.
“Você pode ter a chance de salvar até dez pessoas. E isso é a coisa mais linda que a vida pode trazer”, finaliza Carla, fazendo um apelo às pessoas para que se conscientizem sobre doação de órgãos.