RISCO DE MORTE

Casos de doenças no coração em jovens têm aumentado; saiba quais fatores de risco

No início da semana, Bronny James, filho do astro do basquete LeBron James, foi hospitalizado após sofrer uma parada cardíaca.

Bronny James, filho do astro do basquete LeBron James.Créditos: Reprodução
Escrito en SAÚDE el

No início da semana, Bronny James, filho do astro do basquete LeBron James, foi hospitalizado após sofrer uma parada cardíaca. A internação do atleta de 18 anos chamou a atenção para os casos de problemas cardíacos entre jovens. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil – foram 7.368.654 pessoas mortas entre 2017 e 2021.

Os números assustam

Estatísticas do Cartório de Registro Civil mostram que houve aumento do número de mortes por doenças do coração, em 2022. Segundo a Associação dos Registradores Civis das Pessoas Naturais (Arpen Brasil), as mortes por acidente cardiovascular (AVC) cresceram em 8,3% e as relacionadas ao infarto subiram em 3,5%, se comparadas com dados registrados em 2019.

Nos últimos 15 anos, os casos de infartos registrados por mês mais que dobraram, conforme levantamento inédito do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), com base nos dados do Ministério da Saúde. A média mensal de internações decorrentes subiu cerca de 158%, passando de 5.282 para 13.654 nos homens e de 1.930 para 1.973 nas mulheres. Entre jovens de até 30 anos, o aumento de internações por infarto foi 10% acima da média.

Os problemas do coração

Os principais problemas cardíacos são: infarto, AVC e parada cardíaca.

  • Infarto agudo do miocárdio: popularmente chamado de infarto, é a morte de células (necrose) do músculo do coração em decorrência da formação de coágulos que interrompem o fluxo sanguíneo de modo repentino. Seus sintomas incluem: falta de ar,  dor ou pressão na região peitoral, palidez e sensação de desmaio. A condição é a segunda maior causa de mortes do país, de acordo com o Ministério da Saúde. Foram de 300 mil a 400 mil casos de infarto no Brasil – 82 mil fatais, ou seja, um óbito a cada cinco casos. O infarto acomete, principalmente, diabéticos, idosos e população de risco.
  • Acidente cardiovascular (AVC): o AVC decorre da alteração do fluxo sanguíneo ao cérebro  e pode se originar da obstrução de vasos sanguíneos (isquêmico) ou da ruptura do vaso (hemorrágico). Os sintomas apresentados são: dores de cabeça fortes, repentinas e acompanhadas de vômitos; fraqueza ou dormência na face; paralisia; perda da visão ou da fala; tontura; e perda de equilíbrio. Em 2022, o AVC foi a principal causa de morte no país, com 87,5 mil óbitos, média de 12 por hora. 
  • Parada cardiorrespiratória: a parada cardíaca é a ausência ou lentidão de batimentos do coração, causada por doenças no órgão e insuficiência respiratória, por exemplo. Os sintomas são: dores fortes na região peitoral, dores de cabeça fortes, dificuldade de fala, dificuldade de respiração, formigamento de membros e palpitações fortes.

Fatores de risco

Entre as causas das cardiopatias nos jovens, os fatores de risco estão sempre relacionados. Os principais são o tabagismo, sedentarismo, má alimentação, colesterol alto e estresse excessivo.

De acordo com o Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. No Brasil, 11,3% da população acima dos 18 anos é fumante, segundo a pasta da Saúde. O consumo de cigarros é associado ao câncer de pulmão e doenças respiratórias, porém pode se estender aos problemas de saúde do coração. "O fumo é a principal causa de infarto em pacientes jovens", indica o cardiologista João Luís Barbosa, do INC. 

No que se refere à alimentação, o consumo de ultraprocessados pode elevar índices de colesterol e substituir refeições saudáveis. Itens com aditivos de açúcares, sal e gordura prejudicam a nutrição alimentar e o funcionamento das funções corporais.