PMMA

PMMA no bumbum: os riscos do procedimento estético que levou jornalista e modelo à morte

Componente plástico é liberado pela Anvisa, mas pode trazer complicações sérias, como houve com Lygia Fazio. Ex-assistente de palco de Marcos Mion e Celso Portiolli morreu vítima de um acidente vascular cerebral.

Créditos: Reprodução/Instagram
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Recentemente a morte da jornalista e modelo Lygia Fazio acendeu um alerta. Aos 40 anos, a ex-assistente de palco de Marcos Mion e Celso Portiolli morreu vítima de um acidente vascular cerebral na última quarta-feira (31). Os problemas de saúde de Lygia começaram há três anos, quando ela realizou procedimentos estéticos que envolviam a aplicação do componente plástico PMMA, sigla para polimetilmetacrilato. Desde então, a modelo havia travado uma batalha pública contra o uso da substância, tendo inclusive se candidatado a deputada federal em 2022 pelo Progressistas (PP). 

Antes do AVC que a deixou três semanas internada e resultou na sua morte, Lygia já havia passado por outros problemas de saúde. Entre quadros de infecção e cirurgias para retirada do PMMA, a modelo passou mais de cem dias internada no ano passado. O polimetilmetacrilato havia se espalhado pelo corpo e causado complicações severas. Isso levou Lygia a se engajar na divulgação dos perigos que a substância pode esconder. Mas, afinal, o que é o PMMA?

O Polimetilmetacrilato (PMMA)

Muito utilizado em cirurgias estéticas e de reparação, o polimetilmetacrilato, também conhecido como PMMA, é um componente plástico. Essa característica faz com que ele não possa ser absorvido, se alojando no corpo para sempre. Além disso, o produto é famoso por seu suposto "resultado definitivo". 

Uma vez introduzido no organismo, o PMMA se adere aos músculos, pele e ossos. Sua remoção completa é quase impossível, fazendo com que eventuais complicações ou arrependimentos do paciente sejam difíceis de contornar. Seu caráter definitivo é justamente citado por médicos como um dos motivos que o produto deve ser evitado. 

À Folha de São Paulo, o dermatologista Newton Morais afirmou: "A maior parte das pessoas fica iludida com a ideia de ser algo definitivo, mas esse é um aspecto negativo para um preenchedor com fim estético". O médico ainda citou o exemplo do ácido hialurônico, que está naturalmente presente no organismo e pode ser facilmente removido com a ajuda de uma enzima.   

O produto é liberado pela Anvisa e recomendado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). Contudo, há uma divergência. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) não recomenda seu uso. A única exceção é para pacientes com HIV, que podem desenvolver o quadro de lipodistrofia, disposição anormal de gordura pelo corpo. 

 

Com informações da Folha de São Paulo e o Globo