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Cirurgia Plástica: quais os riscos e como evitar

Morte de engenheira mineira após complicações do procedimento reacende o debate sobre tema. Caso é investigado pela Delegacia de Homicídios

Créditos: Reprodução / Redes Sociais
Escrito en SAÚDE el

A morte de uma engenheira civil de 29 anos, em Belo Horizonte - depois de se submeter a uma cirurgia plástica para implantar próteses de silicone nos seios e lipoaspiração na cintura -  reacende o debate sobre os riscos do procedimento. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e a International Society of Aesthetic Plastic Surgery, as cirurgias estéticas mais realizadas são a lipoaspiração e as cirurgias mamárias por mulheres  entre 20 e 50 anos.
No entanto a entidade alerta para os riscos, embora sejam raros. 

“Houve uma grande evolução da cirurgia plástica nos últimos anos. Complicações mais comuns que podem ocorrer são pontos cirúrgicos que inflamam e abertura da cicatriz”, diz o cirurgião plástico e membro da SBCP, Paulo Renato Simmons de Paula
Segundo ele, outras complicações que podem ocorrer são infecções, necrose de tecidos, trombose de membros inferiores, embolia pulmonar, reações alérgicas, reações anestésicas e, em raríssimos casos, a morte.

O especialista recomenda que é muito importante a avaliação   profissional antes da realização de qualquer procedimento. “Conhecê-lo pessoalmente é essencial. Deve-se prestar atenção em como ele se apresenta e se posiciona diante da paciente, seu tempo de consulta, se ele esclarece todas as dúvidas e trabalha dentro de expectativas realistas”, enfatiza.

Uma boa consulta, segundo o  especialista, envolve o histórico médico completa da paciente, em que são discutidas comorbidades, cirurgias anteriores e presença de complicações, existência de alergia e reação a anestesias anteriores, medicações de uso regular, dentre outros.

Para quem deseja se submeter a uma cirurgia plástica, a orientação do especialista é tentar conhecer outras pacientes que tenham se submetido a algum procedimento com o mesmo especialista. "É importante também certificar-se de que o profissional está cadastrado no Conselho Regional de Medicina (CRM) do Estado na especialidade de Cirurgia Plástica", recomenda.

Outro alerta diz respeito aos profissionais que prometem resultados milagrosos e preços muito baixos. A paciente também deve observar se o local onde o cirurgião realiza seus procedimentos está dentro dos padrões necessários de segurança. 
Outra dica é verificar se o médico é titulado e cadastrado na SBCP. 


Entenda o caso

 

Júlia Moraes Ferro,  morreu, em Belo Horizonte, após complicações em decorrência de uma cirurgia plástica para implantar próteses de silicone nos seios e lipoaspiração na cintura. A  mulher era moradora de João Monlevade, na Região Central de Minas Gerais.  
Segundo o boletim de ocorrência, após 6 horas de cirurgia, Júlia saiu do bloco cirúrgico e foi para o quarto. Uma familiar dela, que a acompanhava, contou aos policiais que foi impedida de ficar no local.
Horas depois, o cirurgião plástico, responsável pelos procedimentos, comunicou à família que a paciente estava passando bem, descansando, mas que teve uma perda de consciência e foi necessário um procedimento de reanimação.
Ela precisou ser transferida para um hospital em Belo Horizonte, onde ficou internada até o dia 10 de abril. Neste mesmo dia, Júlia foi levada para um segundo hospital "com quadro irreversível, tendo evoluído para a morte encefálica, confirmada no dia 22 de abril", segundo o familiar da vítima à polícia. O corpo foi sepultado no dia (25) no cemitério de João Monlevade.