As redes sociais, como Instagram e TikTok, são um espaço onde sempre há algo novo a ser compartilhado, descoberto ou criticado. Independentemente se estamos disponíveis ou não, suas notificações chegam, e esse cenário de novidades constantes já está sendo naturalizado e integrado à nossa rotina. Até mesmo em horas não recomendadas, como na de dormir, as telas parecem ser convidativas. Esse estímulo constante pode gerar ruídos, como a desconexão com o mundo ao redor, FoMO (Fear Of Missing Out) e ansiedade.
É inegável o lado positivo da internet. O acesso à informação, desde dados sólidos até conhecimentos em zonas distantes, resolução rápida de problemas, rapidez para encontrar vagas de trabalho e possibilidade de conversas com pessoas distantes são algumas das vantagens. Mas uma das consequências de tudo isso é que a realidade já não é mais separada entre físico e online: o ambiente virtual faz parte da nossa realidade. Estar fora do mundo digital é estar fora da atualidade.
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É importante entender que as redes sociais, por conta própria, não fazem bem ou mal para a saúde, mas a forma como a integramos na vida pode afetar nosso bem-estar. Tudo isso justamente porque esse ambiente de engajamento e novidade proporciona uma superestimulação constante. Em pesquisa recente do Conselho Nacional de Ensino e Pesquisa em Psicologia do México (CNEIP), foi constatado que o uso desmedido de plataformas digitais têm consequências negativas na saúde emocional.
Preocupação constante, inquietude, hipersensibilidade e, em alguns casos, sintomas de ansiedade, como ritmo cardíaco e sudorese, são algumas das características observadas em pessoas superexpostas às telas. Isso pode ser explicado porque as redes sociais não param, ou seja, a qualquer hora do dia com apenas alguns toques – não requer uma pausa como a TV ou sincronização como o rádio – pode-se desfrutar dos conteúdos nelas presentes. Em pouquíssimo tempo, é possível ter acesso a uma vasta quantidade de conteúdos, e muitos deles informações que podemos não saber como receber. No fim, terminamos nos inteirando de conquistas alheias, que não nos interessam, ou opiniões rasas tomadas como verdades.
Embora as redes sociais tenham prometido o “fim” da solidão ou tédio, o consumo indiscriminado de conteúdos digitais causa exatamente esse tipo de sentimento, além de insatisfação constante. Tudo isso pode levar a um degrau emocional delicado, visto que as redes podem se tornar um mecanismo de fuga.
Entre jovens e adolescentes, os distúrbios do sono estão se tornando mais frequentes e os hábitos alimentares estão mudando de acordo com tendências apontadas nas redes sociais. A pressão para atender aos padrões de beleza também gera sentimentos de insatisfação.
A sobrecarga de informação leva a uma comparação social excessiva. Além de tudo isso, um fator importante é o chamado FoMO (Fear of Missing Out). O termo psicológico é relativamente novo e refere-se ao sentimento de angústia de perder algo interessante. É sobre o medo de que outras pessoas estejam gostando de algo que não estamos. Uma equipe de psicólogos britânicos definiu o conceito como "a apreensão generalizada de que outros possam estar tendo experiências gratificantes das quais alguém está ausente".
Orientações: Como prevenir?
- Uso responsável das redes sociais: pequenas atitudes podem impactar na forma como integramos as redes na nossa vida. Pequenas mudanças, como deixar de seguir usuários que não contribuem com nada significativo, podem ter um impacto profundo no bem-estar.
- Limitar o uso: Moderar o tempo nas redes é um grande passo, respeitando os espaços sem tela para se conectar com o que está acontecendo aqui e agora.
- Trabalhar a autoaceitação: Permitir-se ser quem é e longe de comparações, tendo em conta que a tecnologia permite mostrar o que queremos mostrar e editar o que não queremos.
- Ter um espaço de psicoterapia: A decisão pode ser extremamente útil para trabalhar esse aspecto e conseguir uma vida mais satisfatória.