Um dispositivo tecnológico de Inteligência Artificial (IA) representa um marco significativo ao conseguir fazer um homem paraplégico voltar a andar. O holandês Gert-Jan Oskam, de 40 anos, sofreu um acidente de bicicleta há 12 anos e, desde então, não movimentava mais as pernas.
O trabalho, desenvolvido por pesquisadores franceses e suíços, foi apresentado, nesta quarta-feira (24), pela conceituada revista Nature. Os cientistas obtiveram êxito graças a implantes realizados no cérebro e na medula espinhal do paciente.
Te podría interesar
Ajude a financiar o documentário da Fórum Filmes sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. Clique em https://benfeitoria.com/ato18 e escolha o valor que puder ou faça uma doação pela nossa chave: pix@revistaforum.com.br.
Os responsáveis pelo trabalho, colocado em prática no Centro Hospitalar Universitário Vaoudois, em Lausanne, Suíça, consideram o procedimento a primeira conexão ou interface homem-máquina treinada com Inteligência Artificial.
Te podría interesar
Grégoire Courtine, da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), e um dos coordenadores do estudo, comparou o método que restabeleceu a conexão interrompida entre o cérebro e a medula espinhal a uma espécie de “ponte digital”. O método cria um sistema capaz de “ler” impulsos cerebrais e transmiti-los para um implante na medula espinhal por meio de sinais sem fio.
“Capturamos os pensamentos de Gert-Jan e os traduzimos em uma estimulação da medula espinhal para restabelecer o movimento voluntário”, relatou Courtine.
Gert-Jam Oskam, o primeiro paciente testado, não conseguia movimentar as pernas e também tinha dificuldades para mexer os braços e o tronco no início. “Faz 12 anos que estou tentando me levantar de novo”, declarou o holandês.
A “ponte digital” permitiu contornar a parte do corpo lesionada, fazendo com que os impulsos gerados pelos neurônios responsáveis pelo movimento chegassem à região preservada do corpo.
Sistema e IA decodifica sinais cerebrais e os traduz em comandos de movimento
Para viabilizar a estratégia, foi necessário colocar em prática um sistema de IA, capaz de decodificar os sinais cerebrais e traduzi-los em comandos de movimento.
“Ele agora é capaz de caminhar de maneira bastante natural utilizando o sistema, movendo o quadril e as articulações do joelho e tornozelo”, destacou Guillaume Charvet, da Universidade dos Alpes de Grenoble, na França.
Hoje, o holandês consegue percorrer distâncias de até 200 metros sem dificuldades e permanecer em pé por vários minutos consecutivos.