DIA MUNDIAL DA BIODIVERSIDADE

Inteligência Artificial contribui na localização de áreas atingidas por queimadas

Dia Mundial da Biodiversidade: conheça a tecnologia que analisa espécies afetadas e recupera áreas de florestas australianas

Coalas se movimentando em áreas atingidas pelo fogo.Créditos: WWF
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Pesquisadores do  World Wide Fund for Nature (WWF) e da Conservation International, junto a proprietários de terras locais, realizaram uma jornada de identificação de animais que retornaram aos seus habitats após ocorrências de incêndios florestais na Austrália.

Com o braço de câmeras com Inteligência Artificial (IA), a chamada tecnologia Wildlife Insights, do Google, foi possível recolher mais de 7 milhões de imagens, capturadas por 1.100 câmeras sensoriais em oito partes do país australiano afetadas pelo fogo nos últimos anos.

Eles descobriram, por exemplo, coalas nas Montanhas Azuis e no sudeste de Queensland caminhando no chão ao invés de subirem em árvores. Segundo Emma Spencer, pesquisadora e coordenadora do programa Eyes on Recovery do WWF Australia, “eles podem estar precisando se movimentar mais para encontrar um novo habitat”.

A pesquisadora ressalta que o sistema inicialmente confundiu vombates com porcos e cangurus com veados, mas que o mesmo agora consegue reconhecer as espécies com mais de 90% de precisão. 

Os equipamentos foram preparados  com cerca de 4 milhões de fotos a fim de que as espécies fossem corretamente identificadas e fotografadas, permitindo perceber a recuperação dos animais e como eles estavam interagindo nos ambientes modificados, bem como o rastreio de uma variedade de espécies invasoras, como sapos-cururus, raposas, porcos e gatos selvagens.

Na visão de Spencer, a tecnologia tem por objetivo facilitar a rápida identificação de espécies ameaçadas após a ocorrência de incêndios florestais, contribuindo também para o auxílio do pesquisador caso seja necessário, uma vez que ocorrem temporadas de incêndios florestais no país ao longo do tempo.

A pesquisadora e coordenadora do programa diz que com a ajuda da Inteligência Artificial será possível mensurar futuros desastres nas regiões australianas. “O que realmente esperamos é que esses resultados possam nos ajudar a nos preparar para futuros incêndios, que deverão acontecer muito mais, devido às mudanças climáticas”, afirma.