Estudo realizado por pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia e publicado na revista científica Brain aponta que um exame de sangue poderia confirmar, no futuro, o diagnóstico de uma forma rara de Alzheimer com antecedência.
Até então, o teste genético, um método caro e de difícil acesso, é uma das estratégias de diagnóstico indicadas quando um dos pais de uma criança tem a doença.
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O Alzheimer, que é predominantemente hereditário (ADAD, na sigla em inglês), é caracterizado pela presença de mutações em um gene específico. Seus sintomas se desenvolvem significativamente mais cedo em comparação com outras formas da doença, que são geralmente associadas a idosos.
De acordo com o estudo, casos de início precoce da doença estão associados ao aumento dos níveis de um biomarcador no plasma sanguíneo, a proteína ácida fibrilar glial (GFAP). A pesquisa indica que um exame de sangue poderia identificar e antecipar o tratamento do paciente.
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O estudo
Para o estudo, foram acompanhados 33 portadores de mutações genéticas em risco de ADAD entre de 1994 a 2018. Eles observaram a presença de três potenciais biomarcadores da doença: tau fosforilada no plasma (P-tau181), cadeia leve de neurofilamento (NfL) e proteína ácida fibrilar glial (GFAP). Este último foi o que mais chamou a atenção dos cientistas.
Aproximadamente dez anos antes de eles apresentarem os primeiros sintomas da doença e muito antes do P-tau181 ou NfL, foram observadas alterações no GFAP no plasma sanguíneo dos pacientes.
A neurobióloga Charlotte Johansson, principal autora do estudo, afirmou que “nossos resultados sugerem que o GFAP, um biomarcador presumido para células imunes ativadas no cérebro, reflete mudanças no cérebro devido à doença de Alzheimer que ocorrem antes do acúmulo de proteína tau e dano neuronal mensurável”.
Estudos com um volume maior de participantes precisam ser feitos para comprovar a relação entre a presença do biomarcador e o risco de desenvolvimento da doença, diz o grupo de pesquisa.
Com informações da revista científica Brain