A líder técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) no combate à varíola dos macacos, Rosamund Lewis, declarou nesta terça-feira (26), durante entrevista coletiva, que o avanço do vírus no Brasil é "muito preocupante".
"Certamente é muito preocupante para países como o Brasil, que é um país grande, de população tão grande, geograficamente grande, e agora também relatando um número significativos de casos", disse Rosamund.
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Além disso, a representante da OMS também atentou para o fato de que pode estar ocorrendo uma subnotificação de casos por falta de testes e pediu que as autoridades brasileiras atuem de acordo com a emergência sanitária de interesse internacional, decretada pela Organização Mundial da Saúde no último sábado (23).
Segundo a última atualização do Ministério da Saúde, o Brasil tem 831 casos confirmados de Varíola dos Macacos. Com isso, o país está entre os 10 países com mais notificações da doença.
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Casos de varíola dos macacos são confirmados no litoral de SP
A Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo confirmou nesta segunda-feira (25) dois casos de varíola dos macacos no litoral sul de São Paulo. Um na cidade de Praia Grande e outro em Itanhaém.
Segundo informações da prefeitura de Itanhaém, o paciente está em isolamento domiciliar e que a Vigilância Epidemiológica do município acompanha o caso.
O Estado de São Paulo tem 590 casos confirmados de varíola dos macacos e, segundo a Secretaria de Saúde, todos os pacientes estão com uma boa evolução do quadro e são acompanhados pelas vigilâncias sanitárias de suas respectivas regiões.
Prevenção
A Secretaria de Saúde do estado de São Paulo reforça que o atual surto não tem relação com macacos e que o contágio entre as pessoas tem prevalência por meio de contato íntimo e sexual.
Dessa maneira, a principal forma de evitar o contágio é evitar contato com pessoas que tenham lesões na pele, não beijar abraçar ou manter relações sexuais.
A higienização das mãos com água e sabão, e o uso de álcool gel são fundamentais para evitar o contágio. O uso de máscaras também é essencial para proteger das gotículas e saliva.
Varíola dos Macacos: EUA confirmam dois casos em crianças
De acordo com as autoridades médicas, as duas crianças infectadas mostram que, embora a doença, pelo menos até aqui, tenha sido transmitida na maioria dos casos por meio de relações sexuais, ela contamina qualquer pessoa.
Uma das crianças diagnosticada é da Califórnia e a outra, um bebê, que estava viajando com a família em Washington. Ambas são residentes dos EUA.
Para a CDC, os dois casos infantis da Varíola dos Macacos não estão relacionados e provavelmente são oriundos de transmissão doméstica. A agência também informou que as crianças estão bem de saúde e que investiga como elas foram infectadas.
Médicos pesquisadores têm divergido quanto a maneira como a Varíola dos Macacos têm sido transmitida, isso porque, até este momento a maior incidência é entre Homens que fazem sexo com outros homens (HSH), indicam levantamentos do Reino Unido e nos EUA.
Pesquisadores do Reino Unido, EUA e Brasil pedem cautela com os dados iniciais, pois, temem que isso faça com que se reproduza discursos equivocados semelhantes aos que foram produzidos quando surgiu o HIV/Aids e que este vírus infectava apenas pessoas LGBT.
"Isso foi um desastre no passado [com a epidemia de Aids], já tem muitos casos [de Varíola dos Macacos] que não têm nada a ver [com transmissão sexual]. Já existem casos em que o contato envolvido foram roupas de cama, toalhas. Não se pode pensar com simplicidade essa história", declarou o médico infectologista David Uip, secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do governo de São Paulo, ao jornal Folha de S. Paulo.
Com informações do Metrópoles e G1.