DOENÇA RARA

Varíola do macaco: comissão de pesquisadores da UFMG vai acompanhar disseminação do vírus

Doença incomum na Europa, detectada inicialmente no Reino Unido, tornou-se o novo temor mundo afora

MacacoCréditos: Reprodução
Escrito en SAÚDE el

Uma comissão de sete pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vai  integrar o Grupo de Trabalho (GT) criado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) para para acompanhar a disseminação do vírus monkeypox, conhecido como varíola do macaco.  O GT será em caráter consultivo e temporário.

A criação do grupo de vigilância científica, por meio da consulta aos especialistas, é necessária diante dos casos de infecção registrados no Reino Unido, Portugal, Espanha e Estados Unidos em maio de 2022. Segundo a pasta, até o momento, não há registros de casos varíola dos macacos no Brasil.

A formação segue a mesma ideia da formação da RedeVírus MCTI, comitê de especialistas instituído em fevereiro de 2020, antes mesmo de a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar pandemia do coronavírus. O comitê de especialistas presta assessoramento técnico-científico à pasta sobre as estratégias e necessidades na área de ciência, tecnologia e inovação necessárias na área de saúde.

Os pesquisadores produziram dois informes técnicos sobre a doença, envolvendo as principais formas de contágio e as informações disponíveis sobre os casos registrados em outros países. 

Temor pelo mundo

Os casos que deveriam ser incomuns de varíola do macaco se espalham pela Europa. As autoridades sanitárias portuguesas confirmaram nesta quarta-feira (18) que há cinco casos da infecção identificadas no país, enquanto a Espanha também admitiu que há cidadãos com os típicos sintomas da enfermidade tropical que aguardam a realização de exames minuciosos, mas pelas características apresentadas pelos pacientes, trata-se, provavelmente, de uma contaminação pelo orthopoxvirus.

Segundo o informe da Direção-Geral da Saúde (DGS) de Portugal, órgão responsável por monitorar as ocorrências sanitárias no país, 15 outros casos foram reportados na Região Metropolitana de Lisboa e ainda aguardam os testes comprobatórios. Em comum, os pacientes têm o fato de serem homens jovens.

 

Transmissão 

Ainda não está claro para as agências de saúde e controle de doenças como se dá a transmissão, há duas principais hipóteses: por relações sexuais e por meio de aberturas/feridas no corpo.

As autoridades sanitárias da Grã-Bretanha reiteraram as suspeitas de que as infecções pela varíola do macaco estariam ocorrendo por via sexual, aconselhando a todos que redobrem os cuidados em suas relações e que usem sempre preservativos.


Segundo o CDC, a transmissão pode se dar: 

- Gotículas do vírus 

- Contato direto com lesões ou fluídos corporais de uma pessoa infectada 

- Contato indireto por meio de roupas ou lençóis contaminados 

 

Sintomas 

Segundo o CDC o tempo de incubação (da infecção até os sintomas) varia de 7 a 14 dias, mas pode variar de 4 a 21 dias 

Os primeiros sintomas são: 

- Febre

- Dor de cabeça

- Dores musculares

- Dor nas costas

- Linfonodos inchados

- Arrepios 

- Exaustão 

Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo. As lesões progridem a partir dos seguintes estágios: 

- Máculas (mancha na pele acompanhada de lesão)

- Pápulas (lesões na pele que podem ser roxa ou marrom)

- Vesículas 

- Pústulas (bolas com pus que aparecem na pele)

- Crostas 

 

Prevenção

De acordo com o CDC existem várias medidas que podem ser tomadas para prevenir a infecção da varíola dos macacos:

- Evitar contato com animais que possam abrigar o vírus 

- Evitar o contato com qualquer material como roupas de cama que tenha tido contato com pessoas infectada

- Isolar os pacientes 

- Higienização das mãos 

- Utilização de máscaras 
 

Tratamento 

Ainda não há um tratamento específico para a varíola do macaco, mas segundo a CDC a vacina existente contra a varíola pode ser usada e ela é até 85% eficaz.

(*com Agência Brasil)