O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) tirou do contexto um artigo publicado há pouco mais de um mês pelo cientista Átila Iamarino para ataca-lo pelas redes.
O filho do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) afirmou em sua conta do Twitter nesta terça-feira (28), se referindo a Iamarino, que “o profeta do apocalipse queria ser um gado de verdade, não teria nem o trabalho de escolher o que comer, seria só ruminar a ração que estivesse na mesa”.
O deputado diz ainda: “mas isso traduz bastante o pensamento de esquerda, é isso mesmo, controle total”.
“Não é brincadeira! O profeta do apocalipse queria ser um gado de verdade, não teria nem o trabalho de escolher o que comer, seria só ruminar a ração que estivesse na mesa. Mas isso traduz bastante o pensamento de esquerda, é isso mesmo, controle total.”
Em seu artigo, Iamarino faz críticas à conduta do ministério da Saúde durante a pandemia, sobretudo à indicação de medicamentos sem comprovação contra covid. “Talvez fosse melhor pedir ao Ministério da Agricultura dicas de como gerir uma doença infecciosa. Afinal, o Brasil é exemplo de gestão de pandemia na Organização Mundial da Saúde Animal, a OIE. No caso, a pandemia de febre aftosa entre o gado”, escreve.
Iamarino lembra ainda que “nas últimas décadas, enquanto perdemos fábricas de vacinas humanas até só restarem a Fiocruz e o Butantan, o país viu a criação de dezenas de fábricas de vacina veterinária que produzem a vacina da febre aftosa com tecnologia de ponta e precisam importar uma minoria de ingredientes”.
Ao final, ele diz: “tem quem diga que o brasileiro é tratado como gado. Quem dera. Se fôssemos, teríamos testes, rastreio de contatos e prioridade na vacinação contra a Covid, como temos na aftosa. Esse investimento em ciência, pesquisa e desenvolvimento tecnológico para a saúde do gado deu ótimos resultados”.
“Enquanto na saúde humana, com a Covid, somos exemplo mundial de negacionismo com tratamento precoce, negligência de saúde, crueldade contra indígenas e a estupidez de líderes que não usam máscaras”, conclui.?
