O embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, foi às redes sociais nesta segunda-feira (16) para falar sobre "violência cibernética" e esclarecer que nem sempre as interpretações feitas por internautas de suas postagens estão corretas.
"Cada um tem o direito de expressar suas ideias, mas a violência cibernética deve ser condenada. DECLARO que a leitura dos seguidores aos meus posts - mesmo sem conotação política, são suas opiniões e não representam as minhas próprias, e às vezes até tenho uma posição diferente", escreveu o representante diplomático.
A declaração de Wanming vem em meio aos ataques e ameaças que estão sendo promovidos contra ele por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
Invasão da embaixada
Conforme mostrou a Fórum neste domingo (15), publicações feitas pelas milícias digitais de Bolsonaro nas redes sociais mostram que há risco de invasão da Embaixada da China no Brasil durante a mobilização golpista convocada pelos bolsonaristas no dia 7 de setembro. O ato surge como “resposta” à prisão do ex-deputado Roberto Jefferson pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das milícias digitais.
Mensagens difundidas neste domingo (15) e nos dois últimos dias mostram que os apoiadores do presidente elegeram a sede diplomática do país asiático como um dos alvos do movimento.
O mote de invasão da embaixada aparecem tanto nas hashtags do ato quanto em ataques direcionados ao embaixador Yang Wanming.
Roberto Jefferson, preso na quinta, pregava a expulsão de Wanming e chegou a fazer vídeo com ataques xenofóbicos ao diplomata, em julho. O presidente nacional do PTB chamou o embaixador de “chinês malandro”, “xing ling” e “macaco”.
No dia da prisão de Jefferson, o embaixador fez uma postagem nas redes sociais que pareceu ser uma comemoração. "Lindo dia para todos", escreveu.