Após defender Bolsonaro, Toquinho diz que não é nem ele nem Lula e “odeia política” e internet não perdoa

Compositor tentou minimizar em entrevista entusiasmo com Moro e o novo governo. A internet resgatou e não perdoou

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O cantor e compositor Toquinho foi parar entre os assuntos mais comentados do Twitter, na manhã deste sábado (15), por conta de uma entrevista que deu à revista Veja no final do ano passado onde afirma que não é a favor nem do presidente Jair Bolsonaro nem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que odeia política.

A internet caiu de pau no cantor por conta de declarações dele, em 2018, onde se mostrava confiante com o novo governo. Toquinho disse na época esperar do Bolsonaro um freio à antiga “classe política que monopoliza tudo” no país e que, segundo ele, agora está “assustada” devido ao aumento da rigidez “das leis contra a corrupção”.

“O Brasil tinha que passar por tudo que está passando. Para limpar alguma coisa, é preciso sujar as mãos. Basta não roubar o que roubaram, trilhões, e que haja um pouco mais de dignidade nessa política. Acredito que agora o Brasil está nas mãos de pessoas que são incorruptíveis. Não vejo o juiz Sergio Moro como corrupto, nem Jair Bolsonaro. Isso é segurança total de não corrupção”, analisou.

Além disso, em 2020 Toquinho virou garoto propaganda de um programa da secretaria de alfabetização do ministério da Educação.

De acordo com tuíte do secretário de alfabetização, o discípulo de Olavo de Carvalho, Carlos Nadalim, Toquinho protagonizou 20 vídeos do programa “Conta pra Mim”, do MEC. O ex-parceiro de Vinícius em clássicos como “Tarde em Itapoã” e “Regra Três” narra fábulas escritas por Monteiro Lobato.

Pouco tempo depois, o cantor não parece estar mais tão entusiasmado assim. Ao ser perguntado sobre suas posições anteriores sobre Moro e Bolsonaro, respondeu:

“Foi uma grande bobagem. Não foi isso. Eu estava dando uma entrevista para uma revista espanhola e foi logo depois que o Moro foi anunciado como ministro. Não sou a favor de Bolsonaro ou de Lula. Eu odeio política. Naquela época, em 2018, o que era o Moro no Brasil? Ele era um símbolo, como ainda me parece que é. Era um símbolo de uma retidão muito grande. Ele implantou a Lava-Jato. Aquilo foi algo que lavou um pouco a alma do Brasil. Quando ele foi escolhido como ministro deu, não só em mim, acho que na população toda, uma sensação de: ‘esse cara aí não é corrupto’. Agora, existe uma polarização burra no Brasil, que eu não posso chamar de outra maneira. Começam a te catalogar como se fossem contra ou a favor do Bolsonaro. Eu nunca falei do Bolsonaro na minha vida, nem do Lula, nem de nada. Eu duvido que qualquer outra pessoa não tivesse tido a mesma sensação do que eu e um certo conforto de ter o Moro ali na Justiça. Só que a coisa foi para o outro lado. Teve a desavença dele com o presidente. Isso foi outro problema. O que tem de mal em confiar em uma pessoa?”