Eduardo Bolsonaro critica homem "afeminado" e insinua apoio à ação chinesa contra "feminização"

Filho de Jair Bolsonaro comprova ignorância sobre identidade de gênero e se mostra apoiador do "masculinismo", movimento em que os "macho alfas" pregam um retorno ao estereótipo da masculinidade, construído principalmente na imagem do colonizador: macho viril, dominador, misógino, estuprador e branco

Eduardo Bolsonaro (Reprodução/Twitter)
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O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi às redes sociais na manhã deste sábado (6) dar mais uma prova de seu preconceito e da ignorância sobre a identidade de gênero - sequestrada pela ultradireita sobre a alcunha de ideologia de gênero - e criticou uma suposta "feminização" dos homens no ocidente.

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"Ocidente: + afeminado - guerreiro", tuitou o filho de Jair Bolsonaro, imaginando uma cena fictícia da "a geração atual entrando num barco, com um coturno q n entre em seu pé, recebendo uma missão: 'está vendo aquelas metralhadoras alemãs lá no alto do morro? Sobe lá, mate aqueles caras, se não o nazifascismo vai te escravizar'", escreveu o deputado, compartilhando emotions que sinalizam a expressão "a cobra vai fumar".

https://twitter.com/BolsonaroSP/status/1358028626441216001

Na publicação, Eduardo compartilha a imagem de uma reportagem da revista Época, da Globo, que diz que a "China promove iniciativas educacionais contra 'feminização' de jovens do sexo masculino", diante de outra, da BBC, que afirma que a "masculinidade suave" está na moda.

Sem nunca ter prestado o serviço militar obrigatório e aprovado apenas no concurso de "escrivão" da Polícia Federal, o que lhe garantiu o posse de arma, Eduardo Bolsonaro se mostra um apoiador do chamado "masculinismo", movimento em que os "macho alfas" se sentem oprimidos pela ascensão dos movimentos feminista e LGBT.

O movimento, que transita entre os discursos conservadores e homofóbicos da ultradireita, ganhou vazão na invasão do Capitólio, em janeiro, sob incitação de Donald Trump.

Os adeptos do masculinismo acreditam que perderam poder e que as LGBT e as feministas são as responsáveis por isso. Assim pregam um retorno ao estereótipo da masculinidade, construído principalmente na imagem do colonizador: macho viril, dominador, misógino, estuprador e branco.

Em entrevista a Thais Bilenky, na edição de março de 2020 da revista Piauí, Eduardo contou sobre sua carreira de modelo, quando jovem, e relatou ter sofrido assédios. “Não me chama de homofóbico, mas nessa época sempre tinham uns caras que queriam ou me comer ou dar para mim”, afirmou.

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