Um dos fundadores do Twitter, Jack Dorsey confirmou nesta segunda-feira (29) sua demissão do cargo de presidente-executivo da rede social.
Apesar de ter divulgado uma mensagem dizendo que foi "uma decisão pessoal", por acreditar que seja limitador o Twitter continuar ligado a seus fundadores, outros motivos são apontados como fundamentais para a renúncia de Dorsey.
De acordo com as agências de notícias Reuters e Bloomberg, o executivo vinha sofrendo pressão para deixar a liderança da empresa. No início de 2020, o grupo investidor Elliott Management teria pedido a sua saída.
Um dos motivos para o descontentamento dos investidores foi a declaração feita por Dorsey dizendo que ele estaria considerando passar parte de 2020 na África.
Além disso, essa não é a primeira vez que o magnata deixa o cargo. Em 2008, dois anos após a fundação da empresa, ele foi afastado por supostamente gastar muito tempo fazendo yoga e tendo aulas de design de moda. Dorsey só retornou em 2015.
Pressão de investidores
O agora ex-CEO do Twitter também trabalhava somente meio período na rede social. No restante do tempo, era diretor na Square, uma companhia de pagamentos digitais, onde tinha uma participação financeira maior, de 13%. Por isso, vários de seus interesses muitas vezes focavam nos negócios desta empresa.
Outra pessoa que estava infeliz com a gestão de Dorsey era Scott Galloway, professor de marketing da Universidade de Nova York e um dos investidores do Twitter. “Um presidente de meio período que está de mudança para a África? Já chega”, escreveu Galloway em uma carta aberta a Omid Kordestani, diretor do conselho do Twitter.
Ele reclamou, também, do baixo retorno do investimento: a rede social estaria abaixo dos concorrentes em todas as métricas. Isso porque, desde julho de 2015, quando Dorsey voltou ao cargo de presidente, as ações do Twitter valorizaram 16%, muito menos que os concorrentes Google e Facebook, que pelo menos dobraram de valor.
Quem será o sucessor de Jack Dorsey
O sucessor de Dorsey no Twitter será Parag Agrawal, que ocupava o cargo de diretor de tecnologia desde 2017. A troca de comando é imediata. O cofundador seguirá como membro do conselho do Twitter até seu mandato expirar, no ano que vem.
Dorsey publicou uma mensagem no Twitter nesta segunda-feira anunciando a sua saída. "Não sei se alguém já ouviu falar mas... eu me demiti do Twitter", escreveu.
Em um longo e-mail distribuído à equipe da rede social, falou que "estava muito triste, mas também muito feliz" e que foi uma decisão pessoal.
"Eu acredito que é muito limitador e uma falha uma companhia ser ligada aos seus fundadores. Eu trabalhei duro para garantir que essa companhia se separasse de sua fundação", afirmou Dorsey.