O blogueiro Allan dos Santos, que fugiu para os EUA após acusação de ser um dos líderes da milícia virtual bolsonarista, mantinha um grupo no Whatsapp com deputados governistas - entre eles, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) - e assessores de Jair Bolsonaro como Tércio Arnaud Tomaz, um dos integrantes do chamado "Gabinete do Ódio".
Dos EUA, Allan dos Santos volta a atacar Alexandre de Moraes: “Tarado em mim ou psicopata”
Segundo reportagem no Blog do Fausto Macedo, no Estadão, nesta segunda-feira (21), Allan dos Santos, que chegou a pedir intervenção militar a assessor de Bolsonaro, faria a ponte entre "pessoas que estão dentro do governo" e integrantes da milícia digital, como o youtuber Adilson Nelseu Dini, que foi alvo de operação da Polícia Federal, e confirmou as informações em depoimento.
“Os encontros, muitas vezes de confraternização, envolvendo amigos e pessoas que comungam a ideia de apoiamento ao presidente Jair Bolsonaro, que já ocorreram na casa de Allan, situada no Lago Sul em Brasília, onde algumas vezes participou Eduardo Bolsonaro, não é conhecido, e nem pode ser chamado, de ‘Gabinete do Ódio'”, afirmou Dini à PF, em junho deste ano.
Tercio Arnaud relatou em depoimento que nunca foi às reuniões presenciais organizadas por Allan dos Santos, mas que continuou no grupo ‘como forma de se informar de temas de interesse’.
O assessor especial disse à PF que Allan de Santos o adicionou em um grupo criado ‘para que pudesse se reunir’ semanalmente na residência do blogueiro ‘para discutir temas relacionados ao governo federal com pessoas que estão dentro do governo’.
“Indagado quem participava desse grupo, respondeu que se recorda de Paulo Eduardo Martins, Daniel Silveira (Deputado federal pelo PSL-RJ) e outras pessoas de baixo escalão do governo”, diz o relatório da PF.
Em depoimento, o deputado federal Paulo Martins (PSC-PR) afirmou que, além de Silveira, participavam do grupo de whatsapp os deputados Bia Kicis (PSL-DF) e Filipe Barros (PSL-PR).