A cartunista Laerte Coutinho, uma das mais prestigiadas do país em sua área, eternizou em um cartum, na noite neste domingo (23), a pergunta feita pelo jornalista do jornal O Globo, mais cedo, que motivou o presidente Jair Bolsonaro a fazer uma ameaça de agressão física.
A pergunta que motivou a agressão do presidente ao profissional de imprensa foi a seguinte: “Presidente Jair Bolsonaro, por que sua esposa Michelle recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”.
“A vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada”, disparou o capitão da reserva, sem responder ao questionamento.
Confira o desenho de Laerte.
A pergunta que não quer calar
Em meio a repercussão da ameaça, jornalistas e usuários das redes sociais se uniram em uma mobilização repetindo exatamente a mesma pergunta em seus perfis. A questão que Bolsonaro não respondeu tomou conta da timeline do Twitter, e já há quem defenda que jornalistas, a partir de agora, insistam única e exclusivamente nessa pergunta até que o presidente responda.
Confira.
Depósitos
Reportagem da revista Crusoé divulgada em 7 de agosto revela que o ex-PM Fabrício de Queiroz, que teria comandado o esquema de rachadinhas como assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), depositou pelo menos 21 cheques na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, entre os anos de 2011 e 2018. O valor total chega a R$ 72 mil.
Reportagem de Fábio Serapião, na edição desta sexta-feira (7) da revista Crusoé, revela que o ex-PM Fabrício de Queiroz, que teria comandado o esquema de rachadinhas como assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), depositou pelo menos 21 cheques na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, entre os anos de 2011 e 2018. O valor total chega a R$ 72 mil.
As informações contrariam Bolsonaro, que em dezembro de 2018, antes de tomar posse, afirmou que o depósito de R$ 24 mil de Queiroz nas contas de Michelle seriam relativos a um empréstimo no valor de R$ 40 mil que ele teria concedido ao amigo de décadas.
Ainda segundo a Crusoé, a quebra de sigilo mostra que Queiroz recebeu R$ 6,2 milhões em suas contas entre 2007 e 2018. Desse montante, R$ 1,6 milhão seriam salários recebidos como PM e como assessor na Alerj. Outros R$ 2 milhões teriam vindo de 483 depósitos de servidores do gabinete de Flávio Bolsonaro, o que indicaria o esquema de rachadinha. Outros R$ 900 mil foram depositados em dinheiro, sem identificação do depositante.