As críticas do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, à condução do governo Bolsonaro diante da pandemia do novo coronavírus e à atuação do Exército ecoaram nas redes sociais nesta terça-feira (14) após a decisão do Ministério da Defesa e do Exército de acionarem a Procuradoria-Geral da República contra o magistrado.
A tag #MilitaresGenocidas ocupou o topo dos assuntos mais comentados do Twitter na tarde desta terça. A campanha é uma clara referência à declaração de Mendes de que o Exército “está se associando a um genocídio” em razão da tomada do Ministério da Saúde pelo chamado Partido Fardado.
Nesta quarta-feira, Mendes publicou uma nota reafirmando as críticas. “Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”, disse.
O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e o comandante do Exército, Edson Pujol, cumpriram com uma ameaça feita em nota publicada na segunda-feira e acionaram a PGR contra o magistrado. Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, os fardados recorreram à Lei de Segurança Nacional e ao Código Penal Militar para pressionar o ministro.
Enquanto o vice-presidente Hamilton Mourão cobrou uma retratação por parte do ministro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o governador Flávio Dino (PCdoB-MA) saíram em defesa do magistrado.
Confira a reação nas redes: