A disseminação de fake news por perfis bolsonaristas nas redes e robôs segue a todo o vapor em meio a pandemia do novo coronavírus. Dias após a notícia falsa sobre a bancária que teria se curado da Covid-19 com cloroquina, as redes sociais foram tomadas, nesta terça-feira (19), por uma nova história fantasiosa: a de que o "primo Valter Branco" também teria se curado graças ao uso da substância defendida por Jair Bolsonaro - e que não tem sua eficácia comprovada contra o coronavírus pelos cientistas.
"Isso a Globo não mostra! #cloroquinasalva Acabei de sair do hospital Unimed, onde o meu primo Sr Valter Branco, de 54 anos, há 16 dias diagnosticado com covid-19, e hoje está curado pela CLOROQUINA. Hoje ele pode voltar a trabalhar tranquilo com seu sócio em seu trailer", diz a postagem que foi compartilhada por centenas de perfis, como se todos aqueles que reproduziram a notícia fossem primos do tal Valter Branco.
Acontece que Valter Branco é a tradução literal de Walter White, personagem da série estadunidense Breaking Bad que era professor de química e se tornou traficante de metanfetamina após descobrir um câncer.
As fotos de "Valter" compartilhadas pelos robôs junto à postagem, inclusive, são cenas da série. E o trailer citado na publicação também faz referência direta à trama, já que o personagem Walter White, interpretado pelo ator Bryan Cranston, produzia metanfetamina em um veículo do tipo.
A princípio, a fake news soa como brincadeira, já que perfis de críticos a Bolsonaro a compartilharam em forma de ironia. A maior parte dos compartilhamentos, no entanto, são feitos por perfis que não tem nenhuma foto ou informação, denotando que são robôs, ou por perfis de apoiadores declarados do presidente.
No mês passado, disparos semelhantes fizeram circular nas redes sociais a história do “primo Antonio Carlos”, que supostamente teria sido curado por cloroquina e cujo primo oferece entrevista para a Rede Record do Rio de Janeiro.
Em março, outro episódio semelhante tomou conta das redes e fez com o assunto virasse meme. Daquela vez, o “primo do porteiro” de alguém teria morrido trocando um pneu e teve o óbito classificado como Covid-19.
Confira.