Braço-direito de Cunha diz que ele foi preso pela Lava Jato por recusar-se a mentir em delação

De acordo com reportagem da Vaza Jato, procuradores rejeitaram delação de Cunha por verem "mais prejuízos do que benefícios"

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Carlos Marun (MDB-MS), ministro-chefe da Secretaria de Governo de Michel Temer, comentou as últimas revelações da Vaza Jato destacando que a prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Edurado Cunha (MDB-RJ), só aconteceu porque ele não quis mentir em delação premiada. Em revelações anteriores, o ex-juiz federal Sérgio Moro aparece descartando delação do ex-deputado e apreensão de celular dele. "Nada mais interessava. Cunha se recusou a mentir e por isto está preso. Se ele tivesse concordado em me caluniar, estaria solto e eu, com a minha vida destruída. Eu, minha família e meus verdadeiros amigos estaríamos sofrendo em função de uma mentira exigida por homens e mulheres que deveriam zelar pelo respeito a Lei", disse Marun ao jornalista Eduardo Militão, do Uol O ex-ministro destaca que a Lava Jato queria que Cunha o citasse. "Apresentou sua relação prévia de delatados e recebeu como resposta de elementos do MPF que só sairia da cadeia se dissesse alguma coisa que me comprometesse", disse. Em mensagens reveladas nesta terça-feira, o procurador Orlando Martello aparece desconsiderando a delação de Cunha. “Evidente também que alguma coisa o acordo do Cunha sempre corroborá ou ajudará, mas no geral vemos mais prejuízos do que benefícios. Para nós, as teses dele mais atrapalham os processos e investigações em andamento do que ajudam”, disse. O ex-juiz federal Sérgio Moro era um dos defensores da adoção de um postura "diferenciada" com relação a Cunha. Em mensagens anteriores, ele orienta investigadores a não apreenderem o celular do deputado na operação que o levou à cadeia. O ex-presidente Lula criticou duramente a seletividade, destacando que a Justiça do Paraná chegou a apreender o iPad de seu neto Arthur, que faleceu em março com 8 anos, enquanto recusou o celular do ex-presidente da Câmara.