Ódio de Dallagnol e Lava Jato a Lula é "de uma classe média branca, brega e racista", diz Jessé Souza

Para o sociólogo, um dos maiores estudiosos sobre a desigualdade social e as classes sociais no Brasil contemporâneo, o ódio do procurador Deltan Dallagnol e de seus asseclas retrata a "verdadeira canalhice brasileira"

Procuradores da Lava Jato em Curitiba (Foto: Reprodução/ Twitter/ Jerusa Viecili)
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Autor do livro A Elite do Atraso: da escravidão a Bolsonaro, entre outras obras, o sociólogo Jessé Souza criticou duramente nesta quarta-feira (28) o ódio dos procuradores da Lava Jato a Lula, retratado nos diálogos irônicos sobre as mortes da ex-primeira-dama Marisa Letícia, do neto Arthur e do irmão Vavá, divulgados nesta terça-feira (27) pela Vaza Jato. Se você curte o jornalismo da Fórum clique aqui. Em breve, você terá novidades que vão te colocar numa rede em que ninguém solta a mão de ninguém Para o sociólogo, um dos maiores estudiosos sobre a desigualdade social e as classes sociais no Brasil contemporâneo, o ódio do procurador Deltan Dallagnol e de seus asseclas retrata a "verdadeira canalhice brasileira". "O ódio dos Tessler, Moro, Cheker, Dallagnol e Hardt a Lula não tem nada de pessoal. É o ódio de uma classe média branca, brega e racista, que se acredita europeia sem compartilhar nenhum valor europeu, ao povo que humilha todos os dias. Esta é a verdadeira canalhice brasileira", tuitou. Ironias Os diálogos divulgados a partir do material recebido pelo site The Intercept mostram que procuradores da Lava Jato ironizaram as mortes da ex-primeira-dama, Marisa Letícia, de seu neto Arthur e de seu irmão Vavá. “Preparem para nova novela ida ao velório.” Esta foi a reação da procuradora Jerusa Viecili em resposta à notícia compartilhada no grupo Filhos de Januário 4 no Telegram sobre a morte do neto do ex-presidente. Em outro chat, o Winter is Coming, na mesma data, a procuradora Monique Cheker criticou a ida de Lula ao enterro do neto, marcado por forte emoção e tristeza. A cerimônia teve escolta da PF, não foi permitida a entrada de militantes e não houve discurso. Lula permaneceu no local por duas horas, chorando muito. Mesmo assim, a procuradora Monique Cheker disparou: “Fez discurso político (travestido de despedida) em pleno enterro do neto, gastos públicos altíssimos para o translado, reclamação do policial que fez a escolta… vão vendo”. O procurador Deltan Dallagnol postou uma notícia sobre o telefonema do ministro Gilmar Mendes a Lula, em que o ex-presidente teria se emocionado. O procurador Roberson Pozzobon comentou: “Estratégia para se ‘humanizar’, como se isso fosse possível no caso dele rsrs”.