Editor do The Intercept desmonta tentativa de Monique Cheker de negar ataques a Moro

Procuradora quis desacreditar as informações divulgadas pelo site, dizendo que não reconhece como suas as mensagens publicadas; Leandro Demori acaba com essa tentativa

Foto: Renato Parada/The Intercept
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O editor-executivo do The Intercept, Leandro Demori, em uma sequência de tuítes, desmontou a tentativa da procuradora Monique Cheker de desacreditar as denúncias divulgadas pelo site neste sábado (29). Ela insistiu na versão de que as mensagens teriam sido manipuladas. As gravações mostram a procuradora dizendo que o movimento de Sérgio Moro deixava a imagem de que ele estava fazendo uma “escadinha” política com a Lava Jato: “Moro ajudou a derrubar a esquerda, a esposa fez propaganda para Bolsonaro, ele agora assume cargo político. Não podemos olhar como natural”, escreveu Monique. Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo Vejam a sequência de tuítes de Demori, que acabam com a tentativa da procuradora: “Em nota enviada a um site, e não ao @TheInterceptBr, a procuradora @MoniqueCheker diz que não reconhece como suas as mensagens publicadas na reportagem mais recente da #VazaJato. Para que não haja dúvidas, vamos mostrar como checamos seu nome. Segue: Nesse caso (como em outros), buscamos em outras conversas do arquivo da #VazaJato as evidências sobre a identidade de uma pessoa. No caso de @MoniqueCheker, recorremos ao chat privado dela com @deltanmd. Em 9 de setembro do ano passado eles travaram o seguinte diálogo: Deltan – 00:17:33 – Mo, como faço a citação do artigo? Preciso dos dados da obra em que estará inserido. Vc me passa ou indica nome se estiver já online? Monique – 01:10:06 – Pela ABNT, faça a citação e coloque a informação “no prelo” após o nome do autor. Monique – 01:11:50 – O nome da coletânea será “Desafios contemporâneos do Sistema Acusatório”. Uma simples busca pelo nome do livro citado a Deltan por Monique nos levou ao site da Amazon: A pré-visualização da livraria online permite acessar o índice do livro. Nele, consta o nome de @MoniqueCheker (e de nenhuma outra Monique, apenas ela), confirmando o que ela disse a @deltanmd. Monique é Monique. Mas isso não nos satisfez. Consultamos também a base de dados do portal de transparência do @MPF_PGR para checar quantas Moniques havia no período no quadro de membros ativos do MPF: http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/gestao-de-pessoas/quadro-de-membros/ativo/2018/quadro-de- O link se refere aos membros ativos em novembro de 2018, quando houve a conversa. Uma simples busca nominal nele revela que existe apenas uma procuradora chamada Monique no grupo: @MoniqueCheker. Mas e se a Monique que participa do grupo BD fosse uma procuradora aposentada? Para excluir essa possibilidade, consultamos também a base de membros inativos do @MPF_PGR em novembro de 2018: http://www.transparencia.mpf.mp.br/conteudo/gestao-de-pessoas/quadro-de-membros/inativo/2018/quadro-de-membros_2018_Novembro.pdf … Qual o resultado? Nenhuma procuradora aposentada nas datas se chamava Monique. Concluímos, assim, acima de dúvida razoável, como gostam de dizer os juízes, que a Monique que aparece no grupo BD é @MoniqueCheker. Também encontramos em informações públicas o nome de um parente muito próximo de Monique, citado por ela nos chats privados. Mas e os diálogos? Ah, sim: jamais editamos o CONTEÚDO das mensagens, que são publicadas inclusive com eventuais erros de digitação cometidos pelos participantes das conversas. Os nomes dos destinatários aparecem no arquivo como estão originalmente nos chats e, muitas vezes, estão sem sobrenome. Por isso, eventualmente é necessário investigar o sobrenome correto e acrescentá-lo – como no caso de @MoniqueCheker, que aparece apenas como "Monique". Quando erramos, assumimos o erro. Dissemos inicialmente que @MoniqueCheker trabalha atualmente em São Paulo, mas erramos: ela trabalha no Rio de Janeiro. A correção deste erro (uma informação que não está nos chats e não é crucial para a reportagem) está indicada no texto”.