Silva e Luna reage a Lula e diz que foco da Petrobras é "distribuição de dividendos aos nossos acionistas"

Em evento do banco Credit Suisse, general que preside a Petrobras se contrapôs a Lula que havia dito que, se eleito, a estatal vai priorizar a "dona de casa" aos "acionistas de Nova York".

Lula, Joaquim Silva e Luna e Jair Bolsonaro (Foto 1 Ricardo Stuckert/ Foto 2 Alan dos Santos/PR)
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Em evento do banco Credit Suiss, o general Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras, reagiu às declarações de Lula (PT) e disse que o foco da Petrobras no governo Jair Bolsonaro (PL) é distribuir lucros para acionistas, além do pagamento de tributos e "investimentos".

“A Petrobras tem responsabilidade social, mas não pode fazer políticas públicas. Ela faz isso através de uma gestão eficiente e entregando resultados”, afirmou, antes de elencar os destinos desses resultados.

"Tudo o que a gente gera tem 3 destinos: ou investimentos ou pagamento de tributos ou é para a distribuição de dividendos”, disse Luna e Silva, ressaltando aos agentes do sistema financeiro que o foco é "no nosso investidor, no nosso acionista". "Estamos comprometidos com o nosso investidor".

Na manhã desta quinta-feira (3), antes de Luna e Silva palestrar virtualmente no evento do banco, Lula criticou a política de preços da estatal e ressaltou o caráter social da Petrobras.

“Eu acho que os acionistas de Nova York, os acionistas do Brasil têm o direito de receber dividendos quando a Petrobras der lucro. Mas é importante que a gente saiba que a Petrobras tem que cuidar do povo brasileiro", disse Lula.

Eu não posso enriquecer o acionista americano e empobrecer a dona de casa que vai comprar um quilo de feijão e paga mais caro por conta do preço da gasolina", emendou o petista, que lidera as pesquisas de intenção de votos.

Paridade internacional de Preços

Na entrevista à rede de rádios do Paraná, Lula ainda afirmou enfaticamente que vai por fim à política de paridade de preço internacional do petróleo, que elevou o preço dos combustíveis.

“Eu vou dizer para o povo desse Brasil inteiro: nós não vamos manter o preço dolarizado [dos combustíveis]", disse.

No evento com banqueiros, Silva e Luna se contrapôs dizendo que a estatal "tem que praticar preços de mercado, tem que se comportar como uma empresa privada".