Bolsonaro repete Adrilles e compara nazismo ao comunismo

Discurso que equipara comunismo ao nazismo, proferido por Ardilles Jorge antes de gesto nazista na Jovem Pan, é propagado em redes bolsonaristas e da ultradireita conservadora.

Jair Bolsonaro em entrevista com Adrilles Jorge na Jovem Pan (Reprodução)
Escrito en POLÍTICA el

Jair Bolsonaro (PL) foi às redes sociais na noite desta quarta-feira (9) e repetiu o discurso de Adrilles Jorge antes da saudação nazista que custou sua demissão da Jovem Pan.

Em seu comentário sobre a declaração do apresentar Bruno Aiub, o Monark, que defendeu um "partido nazista" no Brasil, o bolsonarista tentou equiparar o nazismo ao comunismo.

O discurso, propagado em redes bolsonaristas e da ultradireita conservadora - que ainda prega que o nazismo é uma ideologia de "esquerda" - foi repetido por Bolsonaro em publicação no Twitter.

"É de nosso desejo, inclusive, que outras organizações que promovem ideologias que pregam o antissemitismo, a divisão de pessoas em raças ou classes, e que também dizimaram milhões de inocentes ao redor do mundo, como o Comunismo, sejam alcançadas e combatidas por nossas leis", escreveu Bolsonaro após relatar que "a ideologia nazista deve ser repudiada […] assim como toda e QUALQUER ideologia totalitária que coloque em risco os direitos fundamentais dos povos e dos indivíduos, como o direito à vida e à liberdade".

https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1491551564816961547

Em entrevista ao Fórum Onze e Meia, a antropóloga Adriana Dias Higa, que pesquisa a atividade de neonazistas no Brasil há décadas, disse que uma elite interessada no poder fez vista grossa a aliança entre Bolsonaro e neonazistas.

“Depois que os nazistas e os neonazistas chamaram no MASP em São Paulo o apoio a Bolsonaro em 2011 eu não vi nenhuma instituição praticamente falar fortemente contra eles. Havia uma elite muito interessada em tomar o poder, que se utiliza dos laços que deseja, e vai se utilizar do esgotamento e da extrema direita quando sentir necessidade”, afirmou a pesquisadora.

Ela exemplificou que os regimes fascistas na Alemanha e Itália surgiram dessa forma, com o crescimento de discursos de ódio e violência. “O Holocausto não começou em 1933. Os campos de concentração não surgiram do nada. Houve um grande discurso de ódio contínuo que permitiu isso, exclusivamente alimentado pelo anticomunismo”, disse Dias.

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar