Os passeios de jet sky e os cavalos de pau com carro no Parque Beto Carrero durante as férias, enquanto o sul da Bahia enfrentava a pior enchente da história, provocou aumento da rejeição de Jair Bolsonaro (PL) entre as mulheres enquanto reduziu entre os homens mostra pesquisa Quaest/Genial Investimentos divulgada nesta quarta-feira (12).
Segundo o estudo, que confirma projeção de vitória de Lula no primeiro turno em outubro, 55% das mulheres avaliam como negativo o governo. Em dezembro eram 50%.
Na mesma proporção, 44% dos homens rejeitam a gestão de Bolsonaro, cinco pontos a menos do que os 49% registrados no mês anterior.
Entre as mulheres, 22% avaliam como regular e 20% como positivo. Entre os homens, 29% vêem o governo como regular e 24% como negativo.
Entre os 2 mil eleitores ouvidos pela pesquisa, Bolsonaro manteve os 50% de rejeição da pesquisa anterior - 25% avaliam como regular e 22% como positivo.
Pior do que esperava
O levantamento ainda mostra que a maioria da população diz que o governo Bolsonaro está pior do que esperava. Com 55%, o porcentual ultrapassa a metade da população pela primeira vez - em julho de 2021 eram 48%. Outros 28% dizem que o governo não está nem melhor, nem pior e apenas 15% dizem que está melhor do que esperava.
O estudo ainda mostra o impacto do Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família, no eleitorado.
Entre os beneficiados, a rejeição a Bolsonaro caiu de 63% em novembro para 56% em dezembro e atingiu os atuais 53%.
A questão refletiu na avaliação no Nordeste, onde a rejeição a Bolsonaro caiu de 61% para 56% no último mês. Além do Nordeste, a região Norte registrou queda na rejeição, caind0 50% em dezembro para 42%.
Reprovado do combate à corrupção à inflação
A pesquisa ainda mostra que Bolsonaro tem mais de 60% de reprovação em cinco grandes temas pesquisados. O principal deles é a inflação, área onde 80% dos eleitores desaprovam o jeito que Bolsonaro está lidando.
Principal tema da campanha em 2018, o combate à corrupção é desaprovado por 58% dos eleitores. Em relação à Covid e a geração de empregos, o índice chega a 63%.
Redução da violência/criminalidade e combate às queimadas na Amazônia são desaprovadas por 61%.
Pandemia e Economia: principais problemas do país
A Quaest mostra ainda que a variante ômicron trouxe o tema da pandemia de volta entre os principais problemas do país.
Em julho de 2021, a pandemia era tratada como principal problema por 41%. Em segundo vinha a economia, com 28%.
Entre agosto e setembro, a situação se inverteu e a economia passou a ser considerado o tema mais importante. Em dezembro, 41% apontavam o tema, enquanto 19% falavam da pandemia.
No estudo atual, 37% ainda citam a economia, mas a pandemia é colocada por 28% dos eleitores.
Veja a íntegra da pesquisa