Assessores de Jair Bolsonaro disputam comando do Gabinete do ódio

Disputa das eleições 2022 elevou a temperatura entre os assessores especiais do presidente

Tercio Arnaud Tomaz e Bolsonaro. Foto: Reprodução
Escrito en POLÍTICA el

O “gabinete do ódio” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) está fervendo. O motivo é a disputa interna entre os assessores especiais de Bolsonaro pela tensão envolvendo as eleições 2022.

Entre os membros do gabinete do ódio mais próximos de Bolsonaro, uma das disputas mais visíveis envolve o assessor especial Tércio Arnaud Thomaz e o chefe de gabinete do presidente, Célio Faria Júnior.

Célio assumiu o cargo no fim do ano passado, depois que Pedro César Nunes Ferreira Marques de Souza se tornou subchefe para Assuntos Jurídicos. As mudanças ocorreram com a nomeação do ministro Jorge Oliveira para o TCU (Tribunal de Contas da União).

Segundo informações do portal UOL, essa disputa acontece para ver quem tem mais proximidade e a atenção de Bolsonaro, Tércio ou o novo chefe de gabinete, Célio. O clima de tensão aumentou e Tércio passou a ser barrado em várias viagens do presidente. Nenhum dos envolvidos se pronunciou sobre o assunto.

Nas eleições 2018, Tércio participou de várias viagens do, na época candidato presidencial, tendo como função registrar as atividades de rua de Bolsonaro e compartilhar os vídeos nas redes sociais como estratégia de campanha.

Tércio também trabalhava em conjunto com o filho do presidente, Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), atuando como seu assessor mesmo sem ter um cargo efetivo na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Com a vitória de Bolsonaro, ele foi promovido a assessor presidencial e se mudou para a capital federal.

Outro episódio envolvendo Tércio, foi na produção de perfis no Facebook e Instagram falsos que ajudavam na divulgação de fake news e os memes desenvolvidos na campanha. Os dados vinham sendo apresentados por reportagens da imprensa desde 2018, mas foi definitivamente comprovado por meio de um relatório do Laboratório Forense Digital do Atlantic Council, para as plataformas no ano passado.

Já no caso de Célio Faria Júnior, ele passou a trabalhar com Jair Bolsonaro na equipe de transição de 2018 para o cargo presidencial. Em seguida virou assessor para depois se tornar chefe dos assessores especiais, após ganhar a confiança do presidente graças a proximidade do assessor com Pedro Souza e Jorge Oliveira, parceiros de Bolsonaro desde os tempos de deputado.

Com isso, Tércio foi perdendo espaço no gabinete do ódio, participando somente de cinco viagens em 2020, sendo que havia participado de 14 viagens em 2019.

Assim, a função de gravar as ações do presidente nas ruas para postagens nas redes sociais passou para o assessor Max Guilherme Moura.

Max esteve presente em 19 das 21 viagens de Bolsonaro neste ano de 2021.

Ele esteve com Bolsonaro, por exemplo, na inauguração do primeiro trecho do Ramal Agreste, em Sertânia (PE), em fevereiro. Em junho, Max esteve em Chapecó (SC), quando o presidente participou de uma motociata com apoiadores. Em julho, também viajou para o Rio Grande do Sul, onde Bolsonaro participou da abertura da 1ª Feira Brasileira do Grafeno, promovida pela Universidade de Caxias do Sul, entre outros destinos.

Tanto Tércio quanto Max têm planos pessoais para as eleições 2022 e planejam se candidatar ao cargo de deputado federal.