O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) afirmou nesta sexta-feira (6) que estuda medidas judiciais contra a farra dos marechais desencadeada por Jair Bolsonaro, que promoveu uma centena de generais ao topo da carreira militar em uma posição só concedida para heróis em período de guerra.
Reportagem exclusiva de Henrique Rodrigues na Fórum revela que entre os generais promovidos ao posto está o finado coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos ídolos do clã Bolsonaro.
"Esta promoção revela duas coisas que deveriam envergonhar as Forças Armadas brasileiras. A primeira é de que a apologia a um torturador não é exclusiva do discurso de Bolsonaro, já que foi abraçada pelo comando das Forças Armadas. A segunda e que, em meio a maior tragédia humana da nossa história, as provas de corrupção e negligência apontadas contra generais da ativa, as nossas Forças Armadas passam a ter mais marechais do que os EUA, a França, o Reino Unido, países com histórico de guerras. Além das responsabilidades com as mortes da Covid-19, nossas Forcas Armadas ressuscitaram um cargo extinto na última Reforma do exército, exclusivo para o período de guerra. Para qual guerra preparam-se as Forças Armadas Brasileiras?", afirmou Padilha à Fórum.
Além de Ustra, o ex-chefe do SNI dos governos Geisel e Figueiredo, general Newton Cruz, atualmente com 96 anos, também foi alçado ao posto.
Militares que fazem parte do governo, como Augusto Heleno, e os ex-comandantes do Exército Edson Leal Pujol e Eduardo Villas Bôas, além de Sérgio Etchegoyen, que ocupou também o GSI na gestão Michel Temer, foram agraciados com a promoção.
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