O deputado federal e ex-ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT-SP), protocolou nesta terça-feira (13) um ofício junto à Polícia Federal solicitando que o órgão abra um procedimento para investigar denúncias de fraude e irregularidades nas provas do Revalida.
O Revalida é o programa que certifica médicos brasileiros formados no exterior e estrangeiros a atuarem no país. Nos últimos dias, Padilha vem recebendo uma série de denúncias de profissionais que fizeram o exame no último final de semana.
Antes de acionar a PF, o deputado já havia encaminhado ofício ao presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas, pedindo esclarecimentos.
As denúncias dão conta de que foram vazadas fotos dos scripts de atores contratados para simular sintomas de pacientes para diagnóstico dos médicos que realizaram a prova. Além disso, há relatos dos candidatos afirmando que eles ficaram presos em salas das 12:00 às 19:00 sem que fosse oferecido qualquer tipo de refeição.
"Há relatos de uma estação que trazia um caso clínico de um paciente cujo diagnóstico deveria ser feito apenas através de um resumo da história clínica (impresso no papel) e uma lâmina de histopatologia (esfregaço periférico) SEM LAUDO", diz um médico em carta enviada a Padilha.
"Choque"
No ofício apresentado à Polícia Federal, Padilha afirma que as denúncias de fraudes e irregularidades na prova do Revalida causam "verdadeiro choque" por conta da crise sanitária que assola o país e a consequente necessidade de mais médicos atuando no sistema de saúde.
"O tema do REVALIDA tem sido de grande preocupação do Congresso Nacional, nisso incluído de partidos que representam as mais diversas ideologias. Deste modo, é o presente ofício para requerer a Vossa Excelência atenção especial ao tema, com extrema celeridade que o a crise sanitária exige de todos nós servidores públicos", escreveu o parlamentar.
Constrangimento
Em um dos relatos enviados a Padilha, um médico cita o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e pergunta: "Vocês pretendem avaliar o conhecimento de cada médico ou constrangê-los? Não seria o médico patologista, o especialista adequado para interpretar estes estudos?”
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