Ex-secretário-executivo da gestão Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, o coronel Élcio Franco, que depõe nesta quarta-feira (9) à CPI do Genocídio, recebeu o grupo de médicos pró-cloroquina um dia depois que os profissionais se encontraram com Jair Bolsonaro (Sem partido) no Palácio do Planalto.
A informação consta das agendas oficiais de ambos. No dia 9 de setembro de 2020, Bolsonaro recebeu o deputado Osmar Terra (MDB/RS) e representantes dos "Médicos pela Vida" - como se autodenominam os profissionais da saúde - às 14h no Palácio do Planalto.
Na reunião, os médicos aconselharam Bolsonaro sobre o uso da cloroquina. O virologista Paolo Zanoto ainda pediu para o presidente tomar “extremo cuidado” com as vacinas contra a Covid-19. “Não tem condição de qualquer vacina estar realisticamente na fase 3”, disse em vídeo que foi viralizado na semana passada.
Um dia depois, no dia 9 de setembro às 15h30, o médico Antônio Jordão Neto, representante do movimento, foi recebido no Ministério da Saúde por Élcio Franco. Na sequência, o então secretário-executivo teve uma reunião interna e, em seguida, com secretários da pasta, segundo a agenda.
Atualmente, Élcio Franco é assessor especial da Casa Civil da Presidência da República.
No depoimento à CPI, o militar deve dar explicações sobre as negociações para a aquisição de vacinas, mais especificamente sobre o fato de o governo ter ignorado mensagens e se recusado a assinar contrato com a Pfizer para receber um grande lote de vacinas já no ano passado.