CPI vai recorrer de decisão que permitiu Wizard a ficar calado: "Não pode ficar impune", diz Aziz

Ao anunciar a decisão, Omar Aziz foi interrompido pelo senador bolsonarista Marcos Rogério, que chamou a CPI de "circo". "Vossa excelência é o maior palhaço que existe aqui", rebateu o presidente da CPI

Carlos Wizard na CPI do Genocídio (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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O presidente da CPI do Genocídio, Omar Aziz (PSD-AM), anunciou durante a sessão desta quarta-feira (30) que vai recorrer da decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu ao bilionário Carlos Wizard o direito de permanecer calado em seu depoimento.

"Essa forma como o senhor fala machuca muito as pessoas que perderam pessoas. Machuca demais. Eu peço à mesa que recorra da decisão do ministro Barroso em relação ao Habeas Corpus que concedeu à vossa excelência o direito de vir aqui e ler uma única frase. Podemos recorrer fazendo um apelo ao ministro, ao Supremo, para que possamos dar, como essa fala do senhor, de exemplo que isso não pode ficar impune. Não pode ficar impune em nome de 516 mil vidas", disse Omar Aziz, após contar que perdeu um irmão para a Covid-19.

O presidente da CPI então foi interrompido pelo bolsonarista Marcos Rogério (DEM-RO). Aziz então ficou irritado e iniciou uma discussão com o senador do DEM, que chamou a CPI de "circo". "Vossa excelência é o maior palhaço que existe aqui", rebateu Aziz.

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Apelo emocional
Em sua fala inicial na CPI do Genocídio nesta quarta-feira (30), o bilionário Carlos Wizard fez um apelo emocional, dizendo que não compareceu à comissão por estar nos EUA com seu pai “velhinho” e com a filha, que estaria vivendo uma “gravidez de risco”.

Wizard ainda gritou ao negar que participou do gabinete paralelo, que estaria municiando Jair Bolsonaro com informações negacionistas. E, ao final, disse que usará a prerrogativa concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de ficar calado diante das perguntas da CPI.