Em depoimento à CPI do Genocídio a partir das 14h desta sexta-feira (25), o deputado Luís Miranda (DEM-DF) vai confirmar que Jonathas Diniz Vieira Coelho, capitão-de-corveta da Marinha, foi o assessor de Jair Bolsonaro que recebeu as denúncias sobre corrupção na compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde.
O parlamentar e o irmão, Luís Ricardo Miranda, servidor de carreira do Ministério da Saúde, também prometem entregar à comissão os documentos que foram levados a Bolsonaro, que comprovariam um esquema de "corrupção pesado" na compra superfaturada das vacinas.
“Hoje vai ser um passeio bom, da transparência, da verdade”, disse à CNN o deputado, que está sendo atacado por bolsonaristas e virou alvo de pedido de investigação de Bolsonaro após denunciar que foi ignorado nas denúncias.
“Vão querer atacar minha honra, mostrar fake news, não respondo a nenhum processo criminal, não tenho condenação contra mim, mas por ser político, sofri uma desconstrução de imagem… já estou acostumado com isso”, afirmou.
Irmão do deputado, Luís Ricardo Miranda deve apresentar e-mails que comprovam a pressão sofrida no Ministério da Saúde para importação do imunizante.
No dia 23 de março, um técnico da pasta responde a um e-mail da Precisa sobre a autorização, com a inscrição “URGENTE”. Na mensagem, ele diz, após a análise da nota fiscal apresentada pela empresa, “faz-se necessário a adequação da documentação”.
No mesmo dia, mais tarde, após receber a resposta da Precisa, o técnico da Saúde envia nova mensagem à empresa, afirmando que, “após observar a documentação, observei que está com a informação 100% advanced payment (pagamento antecipado)” e diz, então, que o contrato “não prevê pagamento antecipado”. “A modalidade é ‘Póstecipado’”, escreve.
Ele também alerta que os valores de frete e do seguro “divergem do contrato” e escreve: “Peço a gentileza que observe o valor unitário de 15.00 US$ do produto, bem como o valor do frete e seguro. Esse valor não pode ser alterado”.