Ao lado de Silas Malafaia, em culto de comemoração aos 110 anos da igreja Assembleia de Deus no Brasil, na noite desta sexta-feira (18) em Belém, no Pará, Jair Bolsonaro (Sem partido) criou uma narrativa de que teria recebido de Deus a "missão" de ser presidente da República.
Ao discursar no culto, que foi transmitido ao vivo pela TV Brasil, Bolsonaro atacou "partidos políticos que queriam ensinar a nossos filhos, a nossos pequeninos, aquilo que não está de acordo com a palavra de Deus".
Na sequência, o presidente criou uma narrativa de que teria recebido de Deus a missão e o slogan para se candidatar ao Planalto.
"Num evento em Brasília, onde o pastor Silas Malafaia conduzia, ele me passou a palavra. Eu o questionei: porque eu? Se tinha dezenas de parlamentares evangélicos naquele evento e ele havia decidido que apenas três falariam", contou.
"Confesso que não sabia direito como conduzir. Ao terminar minha palavra, veio à cabeça um jargão militar: Brasil acima de tudo. E, como do nada, veio à minha cabeça o 'Deus acima de todos'", disse Bolsonaro, sendo ovacionado pelos evangélicos.
"Aquilo me fortaleceu. Com o passar do tempo uma senhora me ligou de Rezende. Sabia que eu tnha pretensões para 2018 […]. E ela me passou o versículo que estava por muito esquecido pela minha classe: o João 8:32. Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará", disse Bolsonaro, sendo novamente ovacionado pelos religiosos.
Após criar a narrativa, Bolsonaro atacou a CPI do Genocídio, que fecha o cerco sobre sua responsabilidade sobre as quase 500 mil mortes na pandemia.
"Não adianta fazer CPI se o objetivo da mesma não é investigar quem recebeu recursos, mas quem enviou o recurso", disse Bolsonaro, que discursou contra as medidas de isolamento social usando passagens bíblicas.
Bolsonaro voltou a dizer que só sai da presidência quando "Deus quiser" e agradeceu "ao meu bom Deus, muito obrigado pela missão", antes de receber a benção de Silas Malafaia.
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