Jair Bolsonaro determinou diretamente a abertura de uma nova vaga no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em Miami, nos Estados Unidos. O motivo é acomodar o cardiologista Ricardo Camarinha, seu médico pessoal.
Hoje, Camarinha é assessor especial do presidente, mas deseja se mudar para Miami por razões familiares. Os trâmites para a retirada rápida de visto estão sendo efetuados diretamente na Embaixada dos EUA em Brasília.
A ordem para a criação da vaga para o amigo foi dada por Bolsonaro ao comandante do escritório da agência em Miami, o general da reserva Mauro César Lourena Cid.
O chefe da agência dos EUA e é um dos amigos mais próximos do presidente. Ambos se formaram na turma de 1977 da Academia das Agulhas Negras, de acordo com reportagem de Igor Gielow, na Folha de S.Paulo.
O “curioso” é que não existiam vagas para médicos no escritório da Apex nos Estados Unidos. Porém, Bolsonaro deu um “jeitinho”. Em 22 de setembro, o presidente despachou a ordem, se tratando de um “pedido pessoal”. Toda a ação foi sigilosa, ou seja, não há mensagens por e-mail e tudo foi tratado por telefone ou pessoalmente.
Remuneração
A Apex, custeada pelo Sistema S, oferece salários bem atrativos, completamente fora da realidade do funcionalismo: R$ 39,2 mil. O presidente da agência recebe R$ 50,3 mil, enquanto os diretores, R$ 43 mil por mês. A remuneração do médico amigo de Bolsonaro ainda não foi divulgada.