Enquanto Paulo Guedes tenta explicar seu envolvimento no escândalo das offshores em paraísos fiscais, o Ministério da Economia, sob seu comando, solicitou ao Congresso corte de 92% dos recursos destinados, em 2021, a bolsas e apoio à pesquisa. O pior é que os parlamentares acataram e aprovaram o projeto, nesta quinta-feira (7).
A ciência ficará com somente R$ 55 milhões, o que representa 8% do previsto inicialmente. Parte do recurso retirado, cerca de R$ 63 milhões, será destinado à produção de radiofármacos, de acordo com reportagem de Isabela Palhares, na Folha de S.Paulo.
“Dá-se com uma mão, para retirar com a outra. Nesse processo, agoniza a ciência nacional”, diz um dos trechos de nota encaminhada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), por oito entidades científicas.
Revisão
As instituições pedem a revisão da retirada dos recursos, pois, dessa forma, a ciência no país se torna inviável. Sem a verba, bolsas poderão ser perdidas, além da suspensão do Edital Universal do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), um dos mais importantes do Brasil.
“Diziam que só nos tinham sobrado migalhas. Agora, decidiram levar embora até as migalhas. O pouco que tinha foi levado para outros ministérios”, afirma diz Helena Nader, vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC).