Parentes, pastores evangélicos e lobistas são presenças constantes em voos oficiais nos aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Sempre a convite de ministros de Jair Bolsonaro.
Os dados a respeito das viagens realizadas desde janeiro de 2019 foram repassados, via Lei de Acesso à Informação (LAI), por ministérios e outros órgãos que têm direito a solicitar esse tipo de deslocamento.
Os ministérios da Defesa e da Cidadania e os comandos das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) se recusaram a prestar informações sobre quem acompanhou os chefes das respectivas pastas em viagens, o que, certamente, levanta suspeitas.
A Câmara dos Deputados, o Senado Federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) também omitem esses dados, de acordo com reportagem de Mateus Vargas, na Folha de S.Paulo.
Um dos exemplos mais emblemáticos da farra é o que ocorreu com Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente, chamado de 04. Ele se beneficiou de, ao menos, cinco caronas em deslocamentos solicitados por diferentes ministros.
O 04 aproveitou viagens do então ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, em outubro de 2019.
Além disso, esteve em três voos da Casa Civil, sendo dois na gestão do general Braga Netto e outro na de Ciro Nogueira (PP-PI), atual ministro. Na viagem mais recente, em julho de 2021, Jair Renan Bolsonaro ainda levou um amigo de Brasília a São Paulo.
Queiroga
Um dos piores exemplos da mamata é o que faz o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Ele levou esposa e três filhos, além de parentes de outras autoridades, em pelo menos 20 viagens oficiais.
O pastor Arilton Moura, da Igreja Cristo para Todos, participou de viagem do ministro da Educação, Milton Ribeiro, de Brasília a Alcântara (MA), em maio de 2021.